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Twitter demite metade dos funcionários após compra por Elon Musk, que apostará em monetização

O Twitter anunciou nesta sexta-feira (4) a demissão de "cerca de 50%" de seus quase 7.500 funcionários no mundo, uma semana após a plataforma ser adquirida pelo empresário Elon Musk por US$ 44 bilhões.

Usuários passam em frente à sede do Twitter, nesta sexta-feira (4)
Usuários passam em frente à sede do Twitter, nesta sexta-feira (4) AP - Jeff Chiu
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A empresa enviou um e-mail para cada funcionário para anunciar a demissão e o fechamento temporário de vários escritórios. O plano faz parte da reestruturação lançada por Musk.

"Twitter está reduzindo seu quadro de funcionários para melhorar a saúde da empresa. Essas decisões nunca são fáceis e é com pesar que escrevemos para informar que seu cargo no Twitter foi afetado. Hoje (sexta-feira) é seu último dia de trabalho", diz uma das mensagens enviadas aos funcionários. 

Mais de um milhão de usuários teriam deixado a plataforma desde a última quinta-feira, segundo estimativas da consultoria Bot Sentinel, especialista na análise de contas de redes sociais.

Para financiar a compra do Twitter, Musk endividou fortemente a empresa, que registrou perdas significativas nos dois primeiros trimestres do ano. Por isso, deve apostar na monetização da plataforma.

"Elon Musk ainda precisa de publicidade, contrariamente ao que disse. Para isso, é preciso que crie maneiras de monetizar a rede", disse à RFI Dominique Bouillier, especialista em redes sociais da universidade francesa Sciences Po. Esse fator, segundo ele, revoluciona o modelo de gratuidade do Twitter, que se diferencia de outras redes como o YouTube e seus influencers, por exemplo, e aposta mais na qualidade do conteúdo.

"Infelizmente, não há outra opção quando a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões por dia", justificou Musk, 24 horas após o primeiro e-mail enviado pela empresa aos funcionários. "Todos os que saíram receberam 3 meses de indenização, o que é 50% a mais do que o exigido por lei", acrescentou.

A demissão em massa não é uma surpresa e era aguardada pelos funcionários: depois que Musk concluiu a aquisição da empresa, o bilionário dissolveu o conselho administrativo e demitiu seu CEO e outros executivos.

Ação coletiva

Na quinta-feira, cinco funcionários do Twitter que foram demitidos entraram com uma ação coletiva contra a empresa, alegando que não receberam o período de aviso prévio de 60 dias exigido pelas leis federal norte-americana e do estado da Califórnia.

Elon Musk trouxe desenvolvedores da Tesla, outra de suas empresas, para supervisionar o trabalho dos funcionários do Twitter, e também iniciou a reformulação de vários produtos, incluindo o sistema de assinatura paga e verificação de contas.

"Estamos testemunhando em tempo real a destruição de um dos sistemas de comunicação mais poderosos do mundo. Elon Musk é um bilionário imprevisível e incoerente e não está qualificado para liderar a plataforma", reagiu Nicole Gill, cofundadora da Accountable Tech, uma das ONGs que estimulou os anunciantes a pressionarem o bilionário.

Grandes empresas, como General Motors e Volkswagen, suspenderam sua publicidade no Twitter após a aquisição.

(Com informações da AFP)

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