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China inaugura nova Bolsa de Valores em Pequim para PMEs do setor da inovação

A China inaugurou nesta segunda-feira (15) uma nova bolsa de valores em Pequim, destinada a apoiar o crescimento de pequenas e médias empresas orientadas à inovação. Com a nova praça financeira, a quarta do país, o governo chinês pretende arrecadar financiamento em casa para as PMEs nacionais e evitar que elas recorram aos investidores de Wall Street, nos Estados Unidos, como faziam até agora por falta de estrutura local.

O logotipo da Bolsa de Valores de Pequim é visto por um gráfico de ações nesta ilustração feita em 12 de novembro de 2021.
O logotipo da Bolsa de Valores de Pequim é visto por um gráfico de ações nesta ilustração feita em 12 de novembro de 2021. REUTERS - FLORENCE LO
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A China já tinha três grandes bolsas de valores: em Xangai (leste), considerada a capital econômica do país, Shenzhen, metrópole tecnológica no sul, e no território semiautônomo de Hong Kong. Porém, quando necessitavam atrair investimento para seu desenvolvimento, as PMEs chinesas do setor de tecnologia buscavam os investidores estrangeiros de Wall Street. 

Em 2014, a gigante do comércio eletrônico Alibaba realizou a maior introdução no mercado de ações de todos os tempos, arrecadando US$ 25 bilhões. Porém, com a intensificação da guerra comercial sino-americana durante a presidência de Donald Trump (2017-2021), o poder comunista passou a pressionar as grandes companhias nacionais a negociarem suas ações na China.

Nos últimos anos, Hong Kong tornou-se uma praça atraente para as empresas chinesas de tecnologia, a ponto de algumas delas, incluindo a Alibaba, estabelecerem uma segunda cotação no território semiautônomo. No entanto, com a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19, as PMEs têm enfrentado dificuldade para levantar fundos de bancos.

Nesse contexto, a Bolsa de Valores de Pequim se apresenta como uma solução para o financiamento de empresas inovadoras, cujo pequeno porte poderia representar um freio para a captação de capital. A iniciativa também visa reduzir a dependência das PMEs em relação aos bancos para seus empréstimos, em um momento em que o governo busca diminuir o superendividamento de seu sistema financeiro. Outra vantagem apontada por analistas é que as firmas chinesas impactadas pelas restrições regulatórias nos Estados Unidos ganham uma praça alternativa para a captação de investimentos. 

No ano passado, o ex-presidente Donald Trump proibiu os americanos de investir em empresas chinesas que supostamente forneciam ou apoiavam os militares chineses. Desde sua chegada à Casa Branca, em janeiro, Joe Biden manteve essas medidas em vigor.

Ações suspensas

Nesse primeiro dia de cotação, ações de cerca de 80 empresas começaram a ser negociadas em Pequim. A maioria delas já estava listada na NEEQ, uma plataforma lançada em 2012 que permitia às PMEs levantar recursos antes de serem cotadas em uma grande bolsa de valores.

A abertura do novo centro financeiro aconteceu com relativa discrição na mídia. Os veículos oficiais não fizeram transmissões ao vivo e a imprensa estrangeira sequer foi convidada para acompanhar o movimento do pregão.

De acordo com o regulamento interno, as ações negociadas na Bolsa de Valores de Pequim só podem sofrer flutuação diária de 30%, para mais ou para menos em relação ao valor inicial do título. Por causa dessa regra, as vendas de ações de dez empresas, cujos papéis alcançaram uma valorização de 60%, foram suspensas nesse primeiro dia do pregão, segundo a mídia estatal.

Daqui em diante, caberá às PMEs chinesas conquistarem credibilidade para perenizar o novo mercado. 

Com informações da AFP

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