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Taxa mínima para multinacionais defendida pelos EUA no G7 finanças é uma “revolução”

A criação de uma taxa mundial mínima para multinacionais será defendida pelos Estados Unidos no G7 Finanças. A primeira reunião presencial dos ministros da Economia do grupo das maiores potências globais, desde o início da pandemia ano passado, acontece a partir desta sexta-feira (4) em Londres.

"Joe, o taxador", é com esse trocadilho cm o título da música de sucesso dos anos 80 que Libération destaca em sua manchete a ofensiva do presidente americano contra os paraísos fiscais.
"Joe, o taxador", é com esse trocadilho cm o título da música de sucesso dos anos 80 que Libération destaca em sua manchete a ofensiva do presidente americano contra os paraísos fiscais. © Fotomontagem RFI/Adriana de Freitas
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"Joe, o taxador"!  É esse trocadilho com o título da música de sucesso dos anos 80 (“Joe, o táxi” na versão original em francês; “Vou de táxi”, em português) que Libération destaca em sua manchete a ofensiva do presidente americano contra os paraísos fiscais. Um imposto mundial mínimo seria “uma verdadeira revolução”, acredita o jornal progressista.

A proposta americana, que será defendida a partir desta sexta-feira na reunião do grupo das sete potências globais, é um progresso surpreendente para barrar as estratégias de otimização fiscal das grandes empresas para pagar menos impostos. Quatro meses depois de sua chegada à Casa Branca, o presidente americano mostra que “os Estados Unidos estão realmente de volta ao multilateralismo”, diz o diário.

Imposto mundial de 15%

O acordo sobre a tributação mundial arquitetado por Biden foi elogiado pelo economista Joseph Stiglitz, que o considera equivalente ao Acordo de Paris sobre o clima. Ele prevê a instauração de um imposto mínimo de 15% para a multinacionais, principalmente americanas.

O projeto americano chega em um momento propício para os países que tiveram que investir em suas economias para superar a crise provocada pela pandemia, aumentando drasticamente as dívidas nacionais. Ele também dá razão à França e à Alemanha, que lançaram o projeto de fiscalização internacional na OCDE, mas vinham encontrando grandes resistências.

“O diabo está nos detalhes”

Mas como diz Libération, “o diabo está nos detalhes”. O acordo sobre imposto mundial mínimo não é restritivo e os países que o adotarem terão que inscrever as novas normas em suas legislações nacionais. Ele também não exclui esquemas locais para evitar a nova taxa.

Além disso, há o grande problema dos Gafa, o grupo formado pelas gigantes da internet, e a questão dos impostos sobre o direito intelectual e autoral. Simbolicamente, Biden não suspendeu as sanções aduaneiras prometidas por Trump aos países que tivessem a “audácia de taxar Google, Facebook e Amazon na Europa”, lembra Libération.

O projeto deve receber um apoio de princípio do G7, que termina neste sábado (5), mas seu anúncio formal só deve acontecer no G20, em julho. Em seu editorial, o jornal diz que esse imposto mundial mínimo para multinacionais pode parecer “utópico, mas não é impossível e pode acabar uma terrível injustiça social.”

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