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Rendez-vous cultural

Exposição em Paris traz o mundo das joias, da matéria bruta ao exclusivo

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As joias e metais preciosos fascinam a humanidade há milênios, como comprovam relatos e peças preservadas mundo afora. A exposição “Pedras Preciosas”, em Paris, ilustra o percurso da matéria bruta até a transformação em peça de joalheria.

Colar de esmeraldas e diamantes, de 1929.
Colar de esmeraldas e diamantes, de 1929. © VanCleef & Arpels
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A mostra reúne mais de 500 minerais do acervo do museu, entre gemas e metais preciosos, além de 200 criações exclusivas da Van Cleef & Arpels, uma das joalherias de mais prestígio no mundo.

A visita é subterrânea, no andar inferior da imponente sede do Museu de História Natural, dando a impressão figurativa de se entrar em uma mina. Mas a sugestão fica por aí, o que vem a seguir é uma experiência lúdica e instrutiva, com uma cenografia inteligente e eficaz. A partir de um link que o visitante pode acionar pelo próprio celular logo na entrada, as explicações são feitas em inglês, francês ou espanhol.

Exposição "Pedras Preciosas", no Museu Nacional de História Natural, em Paris, com cenografia de Jouin Manku.
Exposição "Pedras Preciosas", no Museu Nacional de História Natural, em Paris, com cenografia de Jouin Manku. © Eric Laignel

Cada vitrine traz um naco do mineral em forma bruta, ao lado da forma polida e de exemplos de joias. Para Bruno David, presidente do museu, a exposição traz “a transversalidade de diversos mundos”: “a natureza dos minerais, a atração que eles exercem sobre os homens pela sua beleza e raridade, e sua a celebração por ourives e designers de joias”. A respeito do caráter didático do evento, David diz: “Eu só posso retomar o lema do museu, que é ‘maravilhar para instruir’”.

A exposição maravilha até especialistas do setor, como o gemólogo brasileiro Rafael Lupo Medina, que trabalha há mais de 20 anos na Maison Cartier, outro símbolo da majestade francesa em joalherias. Ele já viu a mostra duas vezes –  na segunda, “guiou” colegas do trabalho. “É muito interessante e bem feita. Eu mesmo descobri alguns minerais em estado bruto ali”, diz.

Colar para a rainha Nazli, do Egito, elaborado em 1939, com 673 diamantes.
Colar para a rainha Nazli, do Egito, elaborado em 1939, com 673 diamantes. © Van Cleef & Arpels SA

“Podemos ver num mesmo espaço todas as nuances de rubis e esmeraldas, por exemplo. É importante esse acesso a pedras que praticamente já não existem nas minas e essa exposição traz um número muito grande de peças”, explica o gemólogo.

Pedras brasileiras

As pedras brasileiras também se espalham pelo percurso proposto, como “a turmalina Paraíba e topázios imperiais que só se encontram em Ouro Preto”, explica Rafael Lupo Medina.

Turmalina Paraíba, em exposição em Paris.
Turmalina Paraíba, em exposição em Paris. © Expo Pierres precieuses

Em joalheria, o especialista destaca peças feitas com esmeraldas da Colômbia, pelas “cores, quantidade e qualidade” das pedras. Como o colar feito sob encomenda pela princesa Faiza, do Egito, em 1929, com platina, esmeraldas e diamantes.

Em tempos de pandemia, é preciso marcar um horário de visita pela internet e usar máscara o tempo todo. A exposição promete ter sucesso, mas vai ter uma ausência notória, a dos chineses, que antes do coronavírus eram os maiores clientes das joalherias francesas. “Isso afetou muito o mercado de joias, que ainda se recupera”, diz Medina.

“Pedras Preciosas” fica em cartaz até 14 de junho de 2021, no Museu de História Natural, em Paris.

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3_MNHN_tanzanite_taillee_merelani ¸ F.Farges_MNHN © F.Farges_MNHN

 

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