Acessar o conteúdo principal

Início da quarentena contra coronavírus provoca perdas de € 1,8 bilhão na Air France-KLM

As perdas refletem, por enquanto, apenas o impacto da pandemia no tráfego aéreo em março. Air France-KLM perdeu € 1,8 bilhão nos três primeiros meses do ano, principalmente devido aos efeitos da quarentena contra o novo coronavírus no setor. As perspectivas futuras apresentadas nesta quinta-feira (7) são sombrias, apesar de uma ajuda bilionária do governo.

Air France-KLM perdeu € 1,8 bilhão nos três primeiros meses do ano, principalmente devido aos efeitos da quarentena contra o novo coronavírus no setor de transporte aéreo.
Air France-KLM perdeu € 1,8 bilhão nos três primeiros meses do ano, principalmente devido aos efeitos da quarentena contra o novo coronavírus no setor de transporte aéreo. AFP/File
Publicidade

O ano tinha começado "muito bem em janeiro e fevereiro", comentou o diretor financeiro do grupo, Frédéric Gagey, em entrevista coletiva remota. Mais de um quarto do prejuízo registrado correspondente aos € 455 milhões de compra de combustível que não foi consumido devido à crise. O prejuízo do grupo aéreo franco-holandês no primeiro trimestre de 2020 foi cinco vezes maior do que registrado um ano antes, de € 324 milhões.

A direção da empresa apresentou nesta quinta-feira perspectivas negativas para o segundo e terceiro trimestre. A companhia aérea registrou uma queda da atividade de 10,5% no primeiro trimestre (- 35% em março) e antecipa um tombo de 95% no segundo trimestre e 80% no terceiro, segundo um comunicado. Para 2020, a Air France-KLM espera um resultado "negativo significativo" pela primeira vez desde a criação do grupo franco-holandês, em 2004, assinalou Gage.

Recuperação lenta

A empresa prevê "uma recuperação lenta da atividade no verão de 2020, com a supressão progressiva das restrições nas fronteiras", mas estima que a demanda do tráfego comercial "não voltará ao nível anterior à crise antes de muitos anos". O grupo deve receber uma ajuda de € 7 bilhões do governo francês para superar as dificuldades e evitar sua falência. Mesmo assim, a direção não descarta planos de corte de pessoal e supressão de linhas deficitárias.    

Depois do anúncio do enorme prejuízo no primeiro trimestre, as ações da  Air France-KLM perderam  3,70% nesta manhã na Bolsa de Paris.

Com as restrições de circulação de pessoas e o fechamento das fronteiras em vários países do mundo para frear a propagação da pandemia, o setor de transporte aéreo foi um dos mais duramente afetados pela crise do coronavírus. A maioria da companhia aéreas mundiais, impedidas de voar, viram seus benefícios despencarem. Muitas delas já anunciaram planos de redução de pessoal: a British Airways vai cortar 12.000 mil empregos; a escandinava SAS, 5.000; a irlandesa Ryanair, 3.000 e a United Airlines, 3.450, por exemplo.

A Air France-KLM, que beneficia atualmente do recurso do desemprego temporário financiado pelo governo, anunciou que irá iniciar negociações com os sindicatos para estabelecer um plano "de adaptação necessária" em termos de pessoal. Air France emprega 53.000 pessoas, 18.800 deles têm mais de 50 anos.

A Comissão Europeia autorizou, na semana passada, a França a emprestar € 7 bilhões à empresa. Em contrapartida, a Air France deve melhorar sua rentabilidade e compromissos ambientais, reduzindo em 50%, até 2024, as emissões de CO2 em seus voos domésticos. O governo holandês também deve injetar entre € 2 bilhões a € 4 bilhões na KLM.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.