Acessar o conteúdo principal

China, preço do petróleo e terrorismo dominam os debates em Davos

As preocupações com uma desaceleração da economia mundial, particularmente da China, além das ameaças como o baixo preço do petróleo e a crise síria, dominaram o primeiro dia do Fórum Econômico de Davos.

O Fórum Econômico Mundial de Davos reúnem a elite financeira mundial.
O Fórum Econômico Mundial de Davos reúnem a elite financeira mundial. REUTERS/Ruben Sprich
Publicidade

O tema oficial do encontro anual da elite financeira mundial é o impacto da "quarta revolução industrial", como se convencionou chamar as mudanças provocadas pelas novas tenologias na economia e na sociedade. No entanto, como é de praxe, os temas mais quentes da atualidade ganharam destaque nos debates.

Analistas confirmam que a atenção está focada este ano no crescimento menos vigoroso da China, que influencia os mercados financeiros, assim como a queda nos preços dos petróleo e das matérias-primas. O contexto provocou um forte recuo nesta quarta-feira nos mercados financeiros da Europa e dos Estados Unidos.

O presidente do grupo publicitário britânico WPP, por exemplo, estima que "para os dirigentes de empresas, os riscos atuais são a China, o petróleo e a Arábia Saudita, o fluxo migratório na Europa, a política americana (com a eleição presidencial em novembro) e a ameaça de saída da Grã-Bretanha da União Europeia".

Especialistas indicam que o mundo deverá se adaptar a um contexto de crescimento fraco. Em relação às turbulências recentes dos mercados financeiros na Ásia, particularmente na China onde as bolsas registraram fortes quedas , o economista chinês Zhu Min relativizou: "Quando os mercados se ajustam sempre há uma certa volatilidade".

Em uma sessão de debates sobre o mundo árabe, um participante alertou para a situação delicada em outra região onde o extremismo islâmico avança: o norte da África. A Líbia, país mergulhado em disputas internas, pode levar o grupo Estado Islâmico e outras organizações terroristas a criar "uma rodovia que pode chegar ao Mali e ao Boko Haram". "É muito mais sério que um simples problema interno da Líbia", destacou o participante.

James Stavridis, ex-responsável pela Otan, alertou ainda para o risco cibernético ligado à "face sombria da globalização". Em outro painel, o ministro iraniano Javad Zarif estimou que uma solução militar não pode ser aplicada no caso sírio. E deixou um recado para a Arábia Saudita: "Acho que nossos vizinhos sauditas deveriam entender que um confronto não é do interesse de ninguém".

Preocupação com a situação do petróleo

Os investimentos petrolíferos devem baixar em 2016, pelo segundo ano consecutivo - uma situação inédita - , de acordo com o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

Durante um debate sobre energia organizado em Davos, Birol confirmou que a pressão para a queda no preço do petróleo observada atualmente irá continuar em 2016. Desde meados de 2014, a cotação do "ouro negro" perdeu cerca de 75% de seu valor e atualmente o barril é negociado a US$ 30 dólares. O preço baixo é reflexo de uma super oferta do produto e a queda na demanda provocada principalmente pela desaceleração da economia chinesa.

"O que me preocupa mais é que os investimentos em novos projetos petrolíferos caíram cerca de 20% no ano passado em relação à 2014. É a maior redução na história do petróleo", afirmou.

Fatih Birol indicou que em 2016 haverá uma queda suplementar de 16% dos investimentos em novos projetos. "Nunca vimos antes dois anos consecutivos de queda nos investimentos em petróleo", confirmou.

Para os países produtores, o preço do barril tem forte impacto nas economias nacionais. De acordo com a AIE, se o valor continuar na faixa dos US$ 30 em 2016, os países do Oriente Médio perderão o equivalente a 20% de seu PIB e a Rússia 10% de seu Produto Interno Bruto.

Um estudo da empresa de consultoria Wood Mackenzie publicado em janeiro, 68 grande projetos petrolíferos e de gaz representando investimentos de um total de US$ 380 bilhões foram adiados desde que os preços do barril começaram a cair.

 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.