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Economia/ comércio

Obama diz que acordo Transpacífico impede China de “ditar regras da economia”

O presidente americano, Barack Obama, declarou que o acordo Transpacífico de livre comércio, assinado nesta semana entre 12 países das Américas e da Ásia, vai impedir a China de “ditar as regras da economia mundial”. Pequim não faz parte do tratado, considerado o maior do gênero já assinado até hoje.

Multidão protestou nas ruas de Berlim contra acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos.
Multidão protestou nas ruas de Berlim contra acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos. REUTERS/Fabrizio Bensch
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“Sem este acordo, os concorrentes que não compartilham os nossos valores, como a China, ditarão as regras da economia mundial”, declarou Obama, em seu discurso semanal à nação. “Eles continuarão vendendo nos nossos mercados e tentarão seduzir as empresas, ao mesmo tempo em que mantêm os seus mercados fechados”, avaliou o presidente democrata.

O acordo Transpacífico foi anunciado na segunda-feira (5), depois de cinco anos de negociações e uma maratona de cinco dias de diálogos intensos entre os países-membros. Na ocasião, Obama já tinha ressaltado a necessidade de enfrentar a influência comercial de Pequim na Ásia.

O Transpacífico deve obrigar a China a adaptar as próprias regras comerciais, de investimentos e de direitos comerciais. O tratado estabelece a maior zona de livre comércio do mundo, mas antes de entrar em vigor, o texto ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos nacionais. Os países signatários do acordo histórico são Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã.

Protesto na Alemanha

Entre 150.000 e 250.000 manifestantes marcharam neste sábado pelas ruas de Berlim contra o projeto de livre comércio atualmente em discussão entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, sob sigla de TTIP, e as negociações semelhantes entre a UE e o Canadá (Ceta).

Vários partidos políticos, organizações sindicais, ambientais, anti-globalização e de defesa dos consumidores participaram do protesto, segundo os organizadores. "Nunca antes na Europa tanta gente havia saído às ruas por este motivo", elogiou neste sábado a Confederação Federal Alemã (DGB), uma das organizações que convocou o dia de mobilização, sob o lema "Parem TTIP e CETA".

Os manifestantes chegaram de toda a Alemanha, em mais de 600 ônibus que chegaram até a capital. A próxima rodada de negociações do tratado com os Estados Unidos acontecer no final do mês, em Miami (Flórida, EUA). O acordo busca acabar com barreiras alfandegárias e regulamentares entre os americanos e os europeus.

O documento é negociado desde 2013, e, se um dia for implantado, vai ser o mais vasto acordo comercial do mundo.

"Salvar a democracia"

Os opositores temem que esses tratados, ao serem ratificados, propiciem uma desregulamentação generalizada e um retrocesso no campo de ação dos governos. Muitos participantes da manifestação estavam fantasiados. Nos cartazes que carregavam, era possível ler frases como "Parem TTIP", "Liberdade de ação democrática, mais que TTIP", "O TTIP não é o barco adequado" e "O TTIP é o naufrágio climático".

"Estamos aqui porque não queremos deixar o futuro aos mercados - pelo contrário, queremos salvar a democracia", declarou diante da multidão Michael Müller, presidente da organização ecologista NaturFreunde Deutschlands.

O objetivo tanto de americanos quanto de europeus é conclur o acordo antes do fim do mandato de Barack Obama, no próximo ano. Porém, os obstáculos são diversos, em particular a oposição da opinião pública em alguns países europeus, entre os quais a Alemanha.

Com informações AFP

 

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