Países do Pacífico selam acordo para criar maior zona de livre comércio do mundo
Após sete anos de negociações, doze países do Pacífico concluíram nesta segunda-feira (5) um acordo que pode criar a maior zona de livre comércio do mundo. A China ficou fora do grupo. Impulsionado pelos Estados Unidos e Japão, o texto pode servir de modelo para negociações em andamento entre os norte-americanos e a União Europeia.
Publicado em: Modificado em:
O Acordo estratégico transpacífico de associação econômica, conhecido pela sigla TPP, reúne Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã, países que representam 40% da economia mundial. No entanto, o grupo não inclui a China, segunda potência do planeta, mantida à margem das negociações.
Os Estados Unidos querem que Pequim aceite as disposições gerais do acordo assim que ele entre em vigor. Outros países, como a Coreia do Sul, também podem se integrar ao processo.
Para negociar a zona de livre comércio, o governo de Barack Obama obteve a aprovação do chamado "Trade Promotion Authority" (TPA), que obriga o Congresso a se pronunciar a favor ou contra o acordo comercial, sem a possibilidade de emendas. O presidente dos Estados Unidos saudou a validação do texto, considerando que o projeto reflete "os valores norte-americanos". "Podemos ajudar nossas empresas a vender mais produtos e serviços no mundo", disse o chefe de Estado, que havia feito desse tema uma prioridade de seu segundo mandato.
Divergências
Os principais pontos divergentes das negociações foram a duração dos direitos de propriedade intelectual sobre medicamentos, importações de produtos lácteos provenientes da Austrália e da Nova Zelândia para o Canadá e as autopeças dos japoneses para a América do Norte.
O TPP pode servir de modelo para acordos negociados pelos Estados Unidos com outros sócios comerciais, como a União Europeia. O projeto de zona de livre-comércio entre europeus e norte-americanos vem sendo discutido desde 2013, mas as conversas estão estagnadas e provocam a resistência de alguns países, como Alemanha e França.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro