FMI prevê recessão maior no Brasil de 3% do PIB em 2015
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu suas perspectivas para a economia brasileira e estima que o PIB do país vai encolher 3% em 2015 e recuar 1% no ano que vem. As novas projeções foram anunciadas nesta terça-feira (6) durante lançamento do relatório sobre a situação da economia mundial.
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No documento, o FMI ressalta que a recessão se agravou no país devido à queda acentuada do nível de confiança dos empresários e consumidores e pela pressão sobre a demanda interna da situação política macroeconômica.
Em julho, a instituição previa uma queda de 1,5% do PIB em 2015 e de 1,7% no ano seguinte. A recessão mais profunda do que o previsto interiormente no Brasil é também resultado de um contexto que mistura queda significativa do consumo, forte degradação das contas públicas, inflação em alta, desvalorização do real em relação ao dólar e desemprego crescente. A esse cenário soma-se também a grave crise política e a impopularidade recorde do governo de Dilma Rousseff.
O Brasil também é fortemente atingido pela desaceleração da economia chinesa e da queda dos preços das matérias-primas como soja e minérios de ferro, produtos de exportação do país.
Segundo o FMI, a crise brasileira vai afetar a economia de toda a região latino-americana devido ao peso da sétima economia mundial e das relações do Brasil com seus vizinhos. "A recessão do Brasil foi mais grave do que o previsto e a tendência negativa dos preços das matérias-primas continua a enfraquecer os países da região", destaca o relatório.
Há cinco anos o país registra crescimento fraco ou nulo e recentemente o Brasil perdeu o grau de investimento da agência de notação Standard § Poor's. O governo brasileiro busca melhorar o desempenho da economia com o envio ao Congresso de um plano de austeridade para conter o déficit público crescente.
Crise se agrava na China e Rússia
Em seu relatório, o FMI também viu um cenário mais sombrio para o conjunto da economia em todo o planeta.O PIB mundial vai crescer 3,1% este ano e 3,6% em 2016, ou seja, uma queda de 0,2 pontos em relação às estimativas anunciadas três meses atrás. Apesar da relativa boa saúde financeira de países ricos como os Estados Unidos, a economia mundial deverá ter seu pior desempenho desde a recessão de 2009.
As maiores preocupações mais uma vez recaem sobre a China, que teve sua previsão de crescimento reduzida para 6,8% do PIB este ano e 6,3% em 2016. Em seu comunicado, o FMI ressalta que a desaceleração da segunda maior economia mundial tem um impacto particularmente forte em países exportadores de matérias-primas.
Além do Brasil, outra grande economia emergente que degringola é a Rússia. O país sofre ainda com a queda brutal dos preços do petróleo e também com as sanções internacionais por seu envolvimento na crise ucraniana. O PIB russo vai despencar 4% este ano, segundo o FMI.
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