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FMI/Previsão

PIB do Brasil vai encolher 1,5% em 2015, prevê FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento econômico mundial para este ano e alertou sobre o risco de "tensões financeiras" na Europa em consequência da crise grega, em seu relatório trimestral publicado nesta quinta-feira (9). A instituição também reviu os cálculos sobre a retração da economia brasileira este ano, que será maior do que o esperado, passando de 1% para 1,5%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento econômico mundial
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento econômico mundial REUTERS/Kim Kyung-Hoon
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O Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve registrar alta de apenas 3,3%, 0,2 ponto a menos que o previsto em abril e um pouco abaixo do resultado de 3,4% de 2014. Esse crescimento representa o mais baixo índice registrado desde a recessão de 2009. A crise grega e o risco da Grécia sair da zona do euro afetaram de maneira periférica o desempenho da economia mundial pelo menos até o momento, afirma a instituição multilateral. O FMI mantém as previsões de crescimento para zona do euro (+1,5%), França (+1,2%) e Alemanha (+1,6%).

"Os acontecimentos na Grécia ainda não tiveram consequências significativas. Medidas apropriadas devem permitir enfrentar os riscos, caso estes se materializem", destaca a instituição. No entanto, o FMI ressalta que a recente alta das taxas de juros sobre a dívida de alguns países da zona do euro pode representar problemas importantes e que "tensões financeiras permanecem".

Abalada com o endividamento e sem dinheiro, a Grécia está preparando um novo programa de reformas para apresentar aos parceiros europeus. O plano visa convencer os credores a ajudar financeiramente Antenas e manter o país na zona do euro.

Fragilidade dos EUA

Segundo o relatório, a redução das previsões de crescimento mundial obedece, na realidade, a um fator relativamente antigo e "excepcional": a desaceleração da economia americana no primeiro trimestre do ano, consequência de um inverno particularmente rigoroso. "A inesperada fragilidade da América do Norte, que é a principal responsável pela revisão das economias avançadas, deve ser temporária", afirma o documento. No entanto as projeções para os Estados Unidos foram consideravelmente reduzidas (-0,6 ponto, a 2,5%) e Canadá (-0,7, a 1,5%).

Outros riscos podem aparecer no segundo semestre do ano, desta vez nos países emergentes que devem estagnar. O FMI reduziu a 0,5% a previsão de crescimento econômico da América Latina e Caribe em 2015, devido à queda nos preços de commodities e a condições financeiras externas mais rígidas. Em abril, o FMI havia anunciado uma previsão de crescimento de apenas 0,9% para a região.

Economia brasileira

De acordo com as novas previsões, o Brasil encerrará o ano com uma contração de 1,5%, meio ponto a mais do que o estimado em abril. Já o México vai crescer 2,4% (3% em abril).

Para 2016, o FMI acredita que o Brasil iniciará uma tímida recuperação, com um crescimento de 0,7%. A previsão de abril era mais otimista (1%). Para Olivier Blanchard, economista chefe do fundo, "o que ocorre no Brasil é a combinação de duas forças. A primeira é um ambiente de pouca confiança de consumidores e empresários, com gastos e investimentos baixos. A outra, são as medidas tomadas pelo governo para melhorar a confiança e em favor do ajuste fiscal". Na visão de Blanchard, "trata-se claramente de um conjunto correto de políticas", mas ainda é preciso ver o impacto disso no nível de confiança.

Turbulências na China

A China, afetada por fortes turbulências em seu mercado financeiro, pode passar por "grandes dificuldades" para assegurar sua transição a uma etapa de mais consumo interno e menos investimentos, alerta o FMI. No entanto, a instituição mantém inalterada a projeção de crescimento do gigante asiático a 6,8%.

No relatório publicado hoje, as perspectivas para a atividade econômica em 2016 são mantidas em +3,8%, mas o FMI pede prudência. "A aceleração do crescimento da economia mundial permanece no horizonte, mas ainda não foi materializada", adverte o Fundo Monetário Internacional.

(Com informações da AFP)

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