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Economia/Refugiados

Saiba quem está ganhando dinheiro com crise dos refugiados sírios

A crise dos refugiados que tentam entrar diariamente na União Europeia é vista como uma oportunidade para muitos. Enquanto milhares de pessoas arriscam suas vidas cruzando o mar Mediterrâneo ou atravessando os países que fazem fronteira terrestre com o bloco europeu, alguns lucram com a miséria e o desespero dos migrantes.

Refugiados se protegem da chuva enquanto esperam para entrar na Grécia.
Refugiados se protegem da chuva enquanto esperam para entrar na Grécia. REUTERS/Alexandros Avramidis
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Muito se falou dos atravessadores, que cobram milhares de euros para ajudar os migrantes a entrar nos países das União Europeia. Dos motoristas de caminhão, que cobram cerca de € 500 (R$ 2200) para levar um clandestino entre a França e o Reino Unido pelo Canal da Mancha, até as redes organizadas, com tarifas que podem chegar a € 10 mil (R$ 44 mil), alguns criminosos transformaram a crise dos refugiados em um verdadeiro negócio. Mas além desses intermediários, outras atividades se desenvolveram, de forma totalmente legal, graças ao aumento do fluxo de migrantes.

Um exemplo é o da estância balneária de Izmir, na Turquia. Situada em um dos pontos de partida para os migrantes que tentam entrar na Grécia pelo Mediterrâneo, a cidade já conta mais de 70 mil sírios registrados. Em um de seus bairros, Basmane, que já está sendo chamado de “pequena Síria”, um dos negócios mais prósperos é o da hospedagem de baixo custo.

É em Izmir que os migrantes encontram os atravessadores que os levam para as cidades de Bodrum, Ayvalik, Kusadasi, Cesme, de onde embarcam para as ilhas gregas de Kos, Lesbos, Samos, Chios. E como essa negociação pode levar dias, muitas famílias se hospedam temporariamente em pensões e hotéis baratos na região. Apesar das restrições impostas pelo governo, que impôs uma multa para quem hospedar refugiados que não foram oficialmente registrados junto às autoridades turcas, os pequenos hotéis de Izmir têm praticamente todos os leitos ocupados desde que a cidade entrou na rota dos migrantes ilegais, há cerca de dois anos.

Nas ruas de Basmane, várias lojas também se especializaram em lanternas ou coletes salva-vida, produtos que compõem o kit básico do candidato à imigração. Segundo uma reportagem do jornal Le Monde, alguns comerciantes chegaram a vender até mil coletes por dia.

Taxistas faturam na Áustria

Outra atividade que tem se tornado cada vez mais lucrativa é a de taxista na cidade austríaca de Nickelsdorf. Situada na fronteira com a Hungria, ela é uma das portas de passagem para os migrantes. “Antes eu me contentava em ganhar € 150 por dia, mas hoje faturo esse valor em apenas uma corrida para Viena”, contou a AFP Mohammed Altintop, um dos 140 motoristas de taxi que trabalham no local.

A tarifa cobrada é fixa, e mesmo se vários ônibus gratuitos foram colocados à disposição pelas autoridaes para fazer o trajeto de 80 km que separa a cidade da capital austríaca, não falta trabalho para os taxistas e alguns fazem até três corridas diárias.

Kevin Wittmann, outro motorista que atuava apenas nos fins de semana, decidiu trabalhar todos os dias. “Há três semanas eu venho diariamente. Os negócios vão muito bem e acho que vai continuar assim”, festeja.

(Com informações da AFP)

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