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Salários/OIT

Ritmo de aumento dos salários diminui no mundo, diz OIT

O crescimento dos salários reais no mundo em 2011 ficou significativamente abaixo dos níveis de antes da crise econômica mundial. Nos países desenvolvidos, os salários chegaram a diminuir, mas eles continuam aumentando nos países emergentes. As informações são de um relatório publicado nesta sexta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os salários na Ásia tiveram um aumento de 5% em 2011.
Os salários na Ásia tiveram um aumento de 5% em 2011. REUTERS/Bobby Yip
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O crescimento dos salários foi de 1,2% em nível mundial em 2011 segundo a OIT, que se baseia nos salários médios reais (ajustados segundo a inflação). Excetuando-se a China, o crescimento foi de 0,2%. A Ásia teve uma progressão de 5%. Enquanto isso os salários dos países desenvolvidos diminuíram 0,5% no ano passado e devem estagnar este ano.

Os números de 2011 marcam uma desaceleração em relação a 2010, quando os salários haviam progredido 2,1% em todo o mundo (1,3% excetuando-se a China), 0,6% nas economias desenvolvidas e 6,3% na Ásia, segundo os dados da OIT.

Regiões como a Ásia, a América Latina e a África conseguiram manter índices de crescimento dos salários positivos no período 2007-2011, apesar do novo declínio econômico registrado desde 2010.

As diferenças de ritmo entre as regiões são ainda mais marcantes quando se considera o período 2000-2011: a alta em nível mundial foi de pouco menos de 25%, enquanto os salários asiáticos quase dobraram e os do Leste Europeu e da Ásia Central quase triplicaram. Nesse mesmo período, eles progrediram somente 5% nos países desenvolvidos.

O documento aponta ainda diferenças consideráveis nos níveis salariais entre um país e outro. Um trabalhador do setor manufatureiro nas Filipinas ganha US$ 1,40 por hora, comparado com menos de US$ 5,50 no Brasil, US$ 13 na Grécia, US$ 23 nos Estados Unidos e quase US$ 35 na Dinamarca.

A OIT também se preocupa com o fato de que o crescimento dos salários foi inferior à progressão da produtividade do trabalho - o valor dos bens e serviços produzidos pelo empregado - na maioria dos países durante a última década.

Isso significa que os assalariados se beneficiam menos dos frutos de seu próprio trabalho, o que não é o caso dos detentores do capital, indica a organização. "Onde ela existe, essa tendência é inoportuna e deve ser invertida", declarou o diretor da OIT, Guy Ryder. "De um ponto de vista social e político, a interpretação mais clara é que os assalariados e suas famílias não recebem a parte justa que merecem", acrescentou.

Isso acontece sobretudo nos países desenvolvidos, onde a produtividade aumentou mais de dez vezes mais rápido que os salários desde 1999.

O relatório alerta as autoridades políticas contra a tentação de conduzir "uma corrida para baixo" afim de sair da crise. O texto enfatiza que "uma estratégia baseada na redução dos custos da mão-de-obra (...) pode comportar o risco de reduzir o consumo interno mais do que aumentar as exportações".

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