Crise na Líbia provoca alta preocupante dos preços do petróleo
A crise na Líbia e os tumultos na região pressionam o preço do barril de petróleo e começam a preocupar os países importadores. O Japão convocou hoje uma reunião de emergência para avaliar as consequências das turbulências no Oriente Médio e África do Norte para as importações do país.
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Na abertura da reunião, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que as revoltas populares no Oriente Médio podem afetar a frágil retomada do crescimento econômico do Japão, uma vez que 90% do petróleo importado pelos japoneses vem dessa região. Desde o início da insurreição popular contra as ditaduras no norte da África e no Oriente Médio, os preços do barril atingiram o valor mais alto dos últimos dois anos e é difícil prever quando a situação vai se normalizar.
Nos últimos anos, o Japão constituiu reservas e diversificou seus fornecedores de petróleo, excluindo a Líbia, por exemplo, mas continua altamente dependente de importações da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, do Irã, do Qatar e do Kuait.
Devido à instabilidade política no Bahrein e na Líbia, que é membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o quarto maior produtor de petróleo na África - com uma produção diária de 1,5 milhão de barris -, o preço do barril de petróleo do tipo brend do Mar do Norte ultrapassou os 107 dólares nesta terça-feira nos mercados asiáticos. Especialistas reconhecem que a geopolítica é hoje o principal fator de influência na alta dos preços do produto.
Os europeus, que dependem mais diretamente de importações da Líbia, têm ainda outro problema para administrar: a redução das atividades petrolíferas das filiais europeias instaladas no território líbio. Só o grupo italiano ENI produz diariamente 240 mil barris de petróleo na Líbia e decidiu repatriar parte dos funcionários da companhia. Medida semelhante também é adotada pela gigante norueguesa Statoil e uma filial do grupo alemão BASF, que explora oito campos de petróleo no país.
Cerca de 90 países, representando 90% da demanda e da produção mundial de petróleo e de gás natural, devem assinar uma carta em que se comprometem a combater a volatilidade dos preços e a reforçar a transparência sobre estoques e outras estatísticas do setor. O documento está sendo discutido no Fórum Internacional de Energia, que está sendo realizado em Ryad, na Arábia Saudita. Até agora, 87 paises já deram o sinal verde para a redação final do documento, entre eles Rússia, China, Brasil e México.
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