“Como a América Latina bem sabe, uma crise de dívida soberana tem pouco a ver com economia e muito a ver com política. Gastos públicos têm que ser financiados e para isso só há duas soluções : impostos e pedir dinheiro emprestado. Quando um governo quer gastar mais do que recolhe, tem que oferecer aos operadores dos mercados, e também ao simples cidadão poupador, papéis do Estado em contrapartida de pagamento de juros. Juros tanto mais altos quanto maior o risco de que o país acabe não pagando o que deve. Quando todos os credores começam a ficar com medo de um calote, a reação de bom senso e de sabedoria a largo prazo é tentar rapidamente vender estes títulos públicos podres. E foi exatamente o que aconteceu com a Grécia. Não adianta denunciar os “malvados” especuladores ou a “ditadura” dos mercados.” Ouça a crônica de política internacional de Alfredo Valladão.
