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Festival de Veneza começa com participação brasileira e promessa de "emoção" de Almodóvar

A 78ª edição do Festival de Veneza começa nesta quarta-feira (1) com a expectativa de recuperar o esplendor depois do impacto provocado no cinema pela pandemia de Covid-19. Até o dia 11 de setembro, serão exibidas grandes produções americanas e filmes autorais, além de o público poder admirar o tradicional desfile de estrelas. O Brasil está representado com quatro filmes exibidos em mostras paralelas.

A estátua do Leão de Ouro, prêmio máximo de Festival de Cinema de Veneza.
A estátua do Leão de Ouro, prêmio máximo de Festival de Cinema de Veneza. Joel C Ryan/Invision/AP - Joel C Ryan
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O festival de cinema mais antigo do mundo, que no ano passado foi organizado apesar da pandemia, seguirá este ano o mesmo esquema de segurança, com medidas sanitárias rígidas, locais reservados e uso de máscaras, além da exigência do passaporte sanitário. Graças à campanha de vacinação retornam os diretores de todo o mundo e, em particular, os estúdios de Hollywood, os grandes ausentes de 2020, que há vários anos usam Veneza como trampolim para a corrida do Oscar.

Estão de volta grandes atores e estrelas, com participações de Kristen Stewart, Matt Damon, Penélope Cruz, Antonio Banderas, Benedict Cumberbatch, Willem Dafoe, Jamie Lee Curtis, Tim Roth, Adam Driver, Olivia Colman, Dakota Johnson, entre outros.

O festival exibirá filmes de 59 países, incluindo 21 na disputa pelo cobiçado Leão de Ouro. Nomes consagrados do cinema, entre eles o espanhol Pedro Almodóvar, a neozelandesa Jane Campion, o italiano Paolo Sorrentino e o chileno Pablo Larraín estão na mostra oficial.

Como no ano passado, um "muro" protegerá o tapete vermelho para evitar a presença de multidões de fãs e caçadores de autógrafos, mas não faltarão os fotógrafos e as câmeras de televisão. "A qualidade dos filmes deste ano é superior à habitual, como se a pandemia tivesse estimulado a criatividade", afirmou o diretor da mostra Mostra, o crítico italiano Alberto Barbera.

Participação brasileira

Quatro filmes brasileiros serão exibidos, mas todos fora da competição principal. 

O longa “7 Prisioneiros” foi selecionado para participar na categoria competitiva Orizzonti Extra, que reúne trabalhos de diferentes gêneros e duração. O longa tem direção de Alexandre Moratto e é estrelado por Christian Malheiros e Rodrigo Santoro. Na trama, o jovem Mateus (Malheiros) sai do interior em busca de uma oportunidade de trabalho em um ferro velho de São Paulo, comandado por Luca (Santoro). Chegando lá, acaba se tornando vítima de um sistema de trabalho análogo à escravidão.

“Desejo Particular”, do diretor Aly Muritiba (“Para Minha Amada Morta”, “Ferrugem”), fará sua estreia mundial na mostra competitiva Venice Days, que equivale à Quinzena dos Realizadores, do Festival de Cannes. A fita explora o que Muritiba descreve como o universo dos “afetos masculinos no Brasil contemporâneo”. O elenco conta com Antonio Saboia (“Bacurau”), Pedro Fasanaro, Thomas Aquino, Laila Garrin e Cynthia Senek. 

O longa “A Salamandra”, adaptação do romance do autor francês Jean Christophe Rufin do pernambucano Alex de Carvalho, será exibido na Semana da Crítica. Essa coprodução entre Brasil, França e Alemanha tem no elenco a atriz francesa Marina Foïs (“A Trama”, “Polissia”), que interpreta uma mulher com problemas emocionais que decide deixar seu país e se muda para Recife. Na capital pernambucana, ela acaba se envolvendo com um rapaz mais jovem.

Por fim, o curta-metragem “Ato”, dirigido por Bárbara Paz, também será exibido na Orizzonti. Primeiro filme de ficção de Bárbara, o curta narra uma história existencial sobre solidão, afeto e o medo da morte, e traz no elenco Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira. Bárbara retorna a Veneza, onde ganhou o prêmio de Melhor Documentário em 2019 com “Babenco – Alguém Precisa Ouvir o Coração e Dizer: Parou”.

Almodóvar promete emoções

O festival começará com o longa-metragem mais recente de Almodóvar: "Madres paralelas", um retrato sobre as maternidades, um filme que "emocionará muito", prometeu o diretor em uma entrevista ao jornal La Repubblica.

A gigante do streaming Netflix entra com força na disputa pelo prêmio máximo de Veneza, que já conquistou com "Roma" em 2018, do mexicano Alfonso Cuarón.

Ao contrário do Festival de Cannes, Veneza receberá os aguardados filmes de dois importantes diretores produzidos pela Netflix: "E' stata la mano di Dio", do italiano Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de filme estrangeiro por "A Grande Beleza" (2013), e "The Power of the Dog", da neozelandesa Jane Campion, Palma de Ouro em Cannes com "O Piano" (1993). 

Esta é a primeira vez que o diretor italiano, que já participou várias vezes de Cannes, disputa o festival mais importante de seu país. Sorrentino se inspira no famoso gol de mão do argentino Diego Armando Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986 para narrar um drama pessoal, íntimo e doloroso. Seu ator fetiche, Toni Servillo, protagoniza o filme.

A americana Maggie Gyllenhaal estreará em Veneza como diretora com "The Lost Daughter" e seu compatriota Paul Schrader apresentará o thriller "The Card Counter".

Fora da competição, um dos filmes mais aguardados do ano, a adaptação de "Dune" (Warner Bros) dirigida pelo canadense Denis Villeneuve, será exibido em Veneza, mesma situação de "The Last Duel" (Disney), do diretor Ridley Scott, com Matt Damon e Ben Affleck, o que confirma a excelente relação de Veneza com os grandes estúdios.

O Leão de Ouro honorário será entregue ao cineasta e ator italiano Roberto Benigni, diretor de "A Vida é Bela" (1997), e à atriz americana Jamie Lee Curtis.

O diretor sul-coreano Bong Joon-ho – aclamado por "Parasita" (2019) – presidirá o júri internacional que anunciará os vencedores do festival em 11 de setembro.

Confira a lista dos filmes que disputam o Leão de Ouro na mostra oficial:

- "Madres paralelas", do espanhol Pedro Almodóvar.

- "Mona Lisa and the Blood Moon", da americana Ana Lily Amirpour.

- "Un autre monde", do francês Stéphane Brizé.

- "The Power of the Dog", da neozelandesa Jane Campion.

_  "America Latina", dos italianos Fabio e Damiano D'Innocenzo.

- "L'événement", da francesa Audrey Diwan.

- "Competencia oficial", dos argentinos Gastón Duprat e Mariano Cohn.

- "Il buco", do italiano Michelangelo Frammartino.

- "Sundown", do mexicano Michel Franco.

- "Illusions Perdues", do francês Xavier Giannoli.

- "The Lost Daughter", da americana Maggie Gyllenhaal.

- "Spencer", do chileno Pablo Larraín.

- "Freaks out", do italiano Gabriele Mainetti.

- "Qui rido io", do italiano Mario Martone.

- "On the Job: The Missing 8", do filipino Erik Matti.

- "Zeby nie Bylo Sladow" (Leave No Traces), do polonês Jan P. Matuszynski.

- "Kapitan Volkonogov Bezhal", dos russos Natasha Merkulova y Aleksey Chupov

- "The Card Counter", do americano Paul Schrader.

- "E' stata la mano di Dio", do italiano Paolo Sorrentino.

- "Vidblysk", do ucraniano Valentyn Vasyanovych.

- "La caja", do venezuelano Lorenzo Vigas.

(Com informações da AFP)

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