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Cannes

Para Roman Polanski, Netflix não ameaça o cinema

A polêmica sobre o impacto de Netflix na Sétima Arte voltou à tona neste sábado (27), penúltimo dia do Festival de Cannes. O diretor franco-polonês Roman Polanski, que apresenta um filme fora da competição na Riveira francesa, ironizou a influência da plataforma de streaming no cinema.

O diretor Roman Polanski apresenta um filme fora da competição em Cannes.
O diretor Roman Polanski apresenta um filme fora da competição em Cannes. REUTERS/Stephane Mahe
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Enviado especial a Cannes

Roman Polanski está em Cannes apresentando o filme “D’après une histoire vraie” (Baseado em fatos reais), que encerra a programação oficial do festival. A produção é a adaptação de um premiado livro de Delphine de Vigan, que leva o mesmo título.

A trama traz às telas mais uma vez no papel principal a mulher e musa de Polanski, Emmanuelle Seigner, no papel principal. A atriz interpreta Delphine, uma famosa escritora em busca de inspiração para seu novo livro, e que encontra a misteriosa Elle, personagem de Eva Green, que tenta aos poucos se apoderar de sua vida.

Após a projeção para a imprensa, Polanski falou sobre a polêmica de Netflix, que apresentou este ano em Cannes dois filmes que nunca serão exibidos nas salas. “Apenas o futuro dirá o que pode acontecer”, comentou o diretor. “Mas eu não acho que Netflix represente uma ameaça fundamental para o cinema”.

Na opinião de Polanki, a dimensão convivial das salas não pode ser facilmente substituída. “As pessoas não vão aos cinemas por causa da qualidade do som, da projeção ou das poltronas, e sim para poderem compartilhar uma experiência com o público”. O diretor concluiu ironizando a polêmica: “não dá para comparar a experiência de se assistir um filme como “Borat” sozinho, ou numa sala de cinema, junto com as risadas do público”.

Um thriller que provocou gargalhadas

E por falar em risadas, mesmo se “D’après une histoire vraie”, é apresentado como um thriller, algumas cenas e diálogos meio absurdos suscitaram gargalhadas durante a projeção para a imprensa. Impossível saber se esse era o objetivo do diretor, mas sua vontade reivindicada de “se inspirar na vida real” nem sempre é plausível. Afinal: quem entrega suas senhas de computador a uma desconhecida, como faz a personagem principal do filme, logo nas primeiras cenas ?

Além disso, o texto é pontuado por um name dropping interminável, no qual a lista de escritores famosos citados em apenas alguns minutos pode deixar muita gente incrédula. Sem contar que algumas referências evocadas no filme são tão características de uma pequena elite cultural parisiense (o mundo da literatura), que a dimensão irônica do filme pode ficar fora do alcance de um público menos atento.

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