Acessar o conteúdo principal
Cannes 2016/Festival

Filme social de Ken Loach ganha Palma de Ouro no Festival de Cannes

O cinema social do britânico Ken Loach seduziu o júri do Festival de Cinema de Cannes, presidido por George Miller. Nomes conhecidos como o romeno Cristian Mungiu, o francês Olivier Assayas, e o canadense Xavier Dolan também foram laureados.

O diretor Ken Loach vibra ao receber a Palma de Ouro de melhor filme no 69° Festival de Cannes.
O diretor Ken Loach vibra ao receber a Palma de Ouro de melhor filme no 69° Festival de Cannes. REUTERS/Eric Gaillard
Publicidade

Quem ganhou a Palma de Ouro em 2016

Melhor filme:I, Daniel Blake, do super engajado diretor inglês Ken Loach, sempre preocupado com as questões sociais. Ele conta a história de um marceneiro que se vê obrigado, depois de um acidente, a pedir seguro-desemprego e enfrenta a complexa e cruel teia da administração pública. Ao receber a Palma, Loach denunciou a proliferação "das ideias neo-liberais que podem nos levar brevemente a uma catástrofe".

Melhor curtaTimecode, oitavo curta do espanhol Juanjo Gimenez, que mostra com cenas rápidas o trabalho de uma jovem segurança que trabalha vigiando uma área através de câmeras. 

Melhor Direção:  O prêmio foi para para dois cineastas. O francês Olivier Assayas por Personal Shopper com Kristen Stewart no papel de uma médium, responsável pelo guarda-roupa de uma celebridade. O filme foi mal recebido pela crítica.O outro laureado, bastante aplaudido após a projeção, foi o romeno Cristian Mungiu por O Bacharelado, sobre o drama de um pai que faz de tudo para a filha obter o seu diploma.

Grande Prêmio: Xavier Dolan, o jovem canadense de 27 anos, por Juste La Fin du Monde, que explora o universo familiar e seus conflitos.

Melhor Roteiro: o iraniano Asghar Farhadi pelo filme "O Cliente", sobre um casal de atores que muda de apartamento sem saber que a ex-inquilina era uma prostituta. Um dia, um cliente entra na casa e encontra a mulher no banho e a agride. O marido vai querer se vingar. O filme mostra a vida do casal em paralelo com as cenas da peça "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller.

Prêmio do Júri: a inglesa Andrea Arnold com "American Honey", seu primeiro filme rodado nos Estados Unidos, sobre uma jovem que quer ser livre e se divertir. Ela já teve o mesmo prêmio em Cannes por "Red Road" (2006) et "Fish Tank" (2009).

Câmera de Ouro: recompensa o melhor primeiro filme entre todas as seções. Foi escolhida a francesa Houda Benyamina pelo longa "Divinas", que fala da amizade incondicional de duas garotas da periferia.

Melhor atriz: a filipina Jaclyn Jose pelo papel em "Ma'Rosa", do diretor Brillante Mendoza, uma modesta mãe de família, pega por tráfico com o marido, que e é obrigada a reunir uma soma colossal para evitar a prisão, enfrentando a corrupção policial.

Melhor ator: o iraniano Shahab Hosseini por sua interpretação no filme "O Cliente", de Asghar Farhadi.

O Brasil em Cannes

Selecionado para a Palma de Ouro de melhor curta, A Moça que Dançou com o Diabo, do diretor paulista João Paulo de Miranda Maria, foi a boa surpresa para o Brasil neste Festival de Cannes, recebendo a Menção Especial do Júri, uma recompensa prestigiosa que deve impulsionar a carreira do jovem cineasta de Rio Claro, que produziu o filme fazendo uma rifa na sua cidade. Ele se inspirou em uma lenda antiga sobre uma jovem que foge de casa em uma Sexta-Feira Santa para ir a um baile e à meia-noite, o seu par tira o chapéu e mostra os chifres, confessando ser o diabo. 

Cinema Novo, de Eryk Rocha, ganhou o prêmio Olho de Ouro, que seleciona o melhor documentário de todas as seções do festival. Ele aborda o movimento (do qual fez parte seu pai, Glauber Rocha) de um grupo de diretores nos anos 50 e 60, que transformou o panorama do cinema brasileiro.

Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, não levou nenhum prêmio mas certamente projetou o cinema brasileiro no cenário internacional, tendo recebido críticas elogiosas e unânimes da imprensa estrangeira. O mesmo vale para Sonia Braga, cuja interpretação arrancou aplausos e a colocou entre as favoritas para o prêmio de melhor intérprete.

Ganhadores das seções paralelas

Un Certain Regard propôs 18 filmes de 20 países diferentes.

O vencedor foi o finlandês Juho Kuosmanen com “The Happiest Day in the Life of Olli Mäki”.

Cena do filme "The Happiest Day in the Life of Olli Mäki", de Juho Kuosmanen
Cena do filme "The Happiest Day in the Life of Olli Mäki", de Juho Kuosmanen

Matt Ross venceu o Prêmio de melhor diretor pelo filme “Captain Fantastic”.

A nova animação dos estúdios Ghibli, “La Tortue Rouge” (“The Red Turtle“), sem diálogos, ficou com o Prêmio Especial depois de encantar público e crítica.

Prêmio Un Certain Regard
The Happiest Day in the Life of Olli Mäki, de Juho Kuosmanen (Finlândia, Alemanha, Suécia)

Prêmio de Júri
Harmonium, de Fukada Kôji (Japão, França)

Prêmio para Melhor Direção
Matt Ross, por Captain Fantastic (EUA)

Prêmio para Melhor Roteiro
Delphine Coulin e Muriel Coulin, por The Stopover (França, Grécia)

Prêmio Especial
The Red Turtle, de Michael Dudok de Wit (França, Bélgica)

Semaine de la Critique

Cena do belíssimo filme "Mimosas", vencedor da seção Semaine de la Critique.
Cena do belíssimo filme "Mimosas", vencedor da seção Semaine de la Critique.

Dos 7 longas em competição, 5 foram primeiros filmes, selecionados em produções de 17 países.

. O grande vencedor foi Olivier Laxe, com o hipnótico Mimosas.

- Grande Prêmio Nespresso : Mimosas, de Oliver Laxe.

- Prêmio Revelação France 4 : Albüm, de Mehmet Can Mertoğlu.

- Prêmio Descoberta Leica Cine do curta metragem : Prenjak, de Wregas Bhanuteja.

- Prêmio de ajuda à difusão : Sophie Dulac, pela distribuição One week and a day (Shavua ve yom) de Asaph Polonsky.

- Prêmio SACD : Davy Chou et Claire Maugendre, co-autores de Diamond island.

- Prêmio Canal+ do curta metragem: L'enfance d'un chef, de Antoine de Bary.

Quinzena dos Realizadores

Effet aquatique, filme póstumo de Solveig Anspach,

Mercenaires, de Sacha Wolff

Divines, de Houda Benyamina (Menção Especial)

Wolf and Sheep

Queer Palm

O prêmio do melhor filme sobre questões LGBT foi concedido ao documentário As Vidas de Thérèse, de Sébastien Lifhshitz, apresentado na seção Quinzena dos Realizadores. Trata-se das ultimas semanas de vida da feminista canadense Thérèse Clerc, que morreu aos 88 anos em fevereiro deste ano. Ela tornou-se lésbica aos 40, depois de 20 anos em um casamento tradicional.

Melhor curta: Gabber Love, de Anna Cazenave-Cambet. É a história de duas adolescentes que sempre se encontram na beira de um lago para dançar. Um dia, uma declara seu amor para a outra.

Cinéfondation

A seleção apresentou os projetos de 18 filmes de estudantes de cinema selecionados entre 2.350 candidatos de 548 escolas do mundo.

Primeiro Prêmio :
ANNA, de Or Sinai
The Sam Spiegel Film & TV School, Israël

Segundo Prêmio:
IN THE HILLS, de Hamid Ahmadi
The London Film School, Royaume-Uni

Terceiro Prêmio I :
A NYALINTÁS NESZE, de Nadja Andrasev
Moholy-Nagy University of Art and Design, Hongrie

Terceiro Prêmio II :
LA CULPA, PROBABLEMENTE, de Michael Labarca
Universidad de Los Andes, Venezuela

Palma Dog

Prêmio atribuído ao melhor intérprete canino. A vencedora foi Nelly, a adorável e expressiva bulldog do filme Paterson, de Jim Jarmusch.
 

 

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.