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Uma exposição em Paris coloca lado a lado obras de Diego Rivera e Frida Kahlo, o mítico casal da pintura mexicana. Já em Madri uma nova mostra enfoca os sonhos como fonte de inspiração do movimento surrealista. Enquanto isso, em Londres o festival anual de cinema da cidade faz com que astros e estrelas das telas roubem por alguns dias a cena da família real. Clique em "Ouvir" para conferir o programa completo.

Os mais de 50 autorretratos de Frida Kahlo fizeram com que seu rosto se tornasse conhecido do grande público.
Os mais de 50 autorretratos de Frida Kahlo fizeram com que seu rosto se tornasse conhecido do grande público. Divulgação
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Um dos pintores mexicanos mais importantes do século 20, Diego Rivera acabou ofuscado pelos quadros intimistas de sua mulher, Frida Kahlo. As dezenas de autorretratos da artista se multiplicaram em camisetas e pôsteres, e de símbolo da luta feminista ela passou a ícone pop.

A paixão turbulenta do casal, contada em filmes e livros, deixou a produção artística deles em segundo plano. A nova exposição do Museu de l’Orangerie, em Paris, tenta trazer o foco de volta para a pintura, como explica uma das curadoras, Beatrice Avanzi: "Queríamos mostrar como o casal funcionava na vida artística, e não somente na vida pessoal, e fazer com que suas obras dialogassem. Isso não é nada fácil quando se sabe que eles trabalhavam com formatos e temas diferentes. Diego era o grande pintor de murais e afrescos do México. Já Frida pintava sua vida em uma dimensão mais íntima, era como um diário."

"Mas podemos encontrar um ponto em comum na reivindicação da identidade mexicana. Isso se exprimia por exemplo nos temas. Frida usava vestidos tradicionais e pintava as flores, os animais, a vegetação do México. Diego pintava a vida cotidiana ou a epopeia do povo mexicano. Mas esse ponto comum também se exprimia no uso das cores, que são as cores da tradição mexicana, da antiga pintura asteca que Diego estudou para seus afrescos", acrescenta ela.

A exposição pode ser vista em Paris até o dia 13 de janeiro.

Surrealismo

O museu Thyssen-Bornemisza, em Madri, inaugurou esta semana uma retrospectiva inédita dedicada ao sonho como fonte de inspiração dos pintores surrealistas, revelando o universo onírico dos artistas dessa corrente e de seus precursores.

Foram necessários mais de três anos para selecionar e reunir as 163 obras que compõem a mostra, em cartaz até 12 de janeiro. Ali se encontram pinturas e esculturas de grandes nomes do surrealismo, como Salvador Dalì, René Magritte e Alberto Giacometti, além de fotografias de Man Ray, obras do poeta André Breton e trechos de filmes, entre eles o famoso “O Cão Andaluz”, de Luís Buñuel.

Essa corrente artística apareceu na Europa em um momento de profunda crise social e política. Os surrealistas preconizavam uma libertação total da mente, tentando neutralizar os mecanismos de censura da moral tradicional. E o que poderia haver de mais transgressor do que os sonhos, nos quais até mesmo as leis da física perdem a validade?

No início do século 21, quando uma nova crise social e política faz os europeus questionarem a sociedade onde vivem, essa redescoberta do universo onírico tem tudo para interessar o público.

Cinema

O ator americano Tom Hanks abriu esta semana o Festival de Cinema de Londres com “Capitão Philipps”, inspirado na história real do comandante de um navio que se torna refém de piratas somalis. Sua performance na sequência final desse filme, dirigido pelo britânico Paul Greengrass, deve colocar Hanks novamente na corrida pelo Oscar.

E o ator também encerra o festival no dia 20, com a estreia mundial de “Saving Mr. Banks”. O filme de John Lee Hancock conta como Disney tentou durante 15 anos obter os direitos para adaptar Mary Poppins ao cinema.

Entre essas duas doses de Tom Hanks, o festival programou 232 longa-metragens. Pelo menos por alguns dias os astros e estrelas de cinema vão roubar a cena da família real na capital britânica.

E aqui do outro lado do Canal da Mancha os cinéfilos já têm um novo local de peregrinação. Depois de vinte anos fechado e de uma grande reforma, o cinema Eden, o mais antigo do mundo, foi reinaugurado esta semana em La Ciotat, um balneário perto de Marselha, no sul da França. Essa sala mítica abrigou a partir de 1899 as primeiras projeções dos filmes feitos pelos irmãos Lumière, os pioneiros da sétima arte.

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