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A crise econômica e as drásticas medidas para combatê-la aplicadas pelos governos da Grécia e da Europa também afetam o setor cultural. Apesar disso, o tradicional Festival de Atenas e Epidauro conseguiu fechar na última hora uma programação cheia de boas atrações. E os artistas espanhois de flamenco encontraram refúgio aqui na França. O programa desta semana também fala sobre a primeira grande exposição internacional do Louvre em Lens, dedicada ao pintor barroco flamengo Rubens.

A bailarina Rocío Molina é uma das atrações da bienal de arte flamenca do teatro de Chaillot, em Paris.
A bailarina Rocío Molina é uma das atrações da bienal de arte flamenca do teatro de Chaillot, em Paris. Facebook/Divulgação
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Na Grécia, a direção do tradicional Festival de Atenas e Epidauro, que acontece de junho a agosto, só pôde anunciar sua programação poucos dias antes do início do evento, devido à instabilidade política e econômica.

No ano passado o festival já havia sido reduzido e perdido muitas atrações internacionais, em razão dos cortes de gastos impostos pelos credores do país.

E mesmo com o festival em andamento este ano, os organizadores ainda não podem respirar aliviados. Nesta semana o governo grego fechou de maneira repentina o serviço público de rádio e televisão, ERT, e o festival teve que cancelar um concerto com o coral da instituição e reembolsar os espectadores que haviam comprado entradas.

Mas se não houver outras medidas de austeridade drásticas até o final deste verão, quem visitar a Grécia poderá ter um panorama da criação nacional na música, no teatro, na dança e nas artes visuais.

Os espetáculos e exposições são apresentados em lugares míticos da Grécia antiga, como os teatro de Epidauro e Delfos, ou em centros culturais e museus.

Flamenco

Inscrito desde 2010 na lista do patrimônio cultural imaterial da humanidade da Unesco, o flamenco se inspirou nos cantos, danças e músicas dos ciganos da Andalusia. Ele sempre foi uma arte marginal na Espanha, mas com o programa de austeridade imposto pelo governo conservador a situação ficou ainda mais difícil para os artistas. Os dois principais festivais do gênero, em Madri e Sevilha, sofreram cortes drásticos no orçamento.

A solução é se apresentar no exterior, e a França tem sido um refúgio para os artistas espanhois. O teatro parisiense de Chaillot acolhe de 19 a 29 de junho a primeira bienal de arte flamenca. O programa traz visões originais desse gênero popular, incluindo uma sessão de improvisação com coreógrafos de flamenco e de dança contemporânea e um desfile de moda.

Já a cidade de Mont-de-Marsan, no sudoeste da França, festeja em julho os 25 anos do maior festival de flamenco deste lado dos Pirineus com uma notável seleção de artistas. O destaque fica por conta de um show inédito dos dois maiores pianistas de flamenco da atualidade, Diego Amador e David Dorantes.

Louvre

Inaugurada em dezembro, a filial do museu do Louvre em Lens, no norte da França, apresenta agora sua primeira grande exposição internacional.

Mais de 170 obras traçam um panorama da Europa de Peter Paul Rubens, pintor barroco flamengo. Nascido em 1577, ele foi um grande viajante numa época em que a maioria das pessoas nascia, vivia e morria no mesmo lugar.

Intelectual e empreendedor, Rubens empregava dezenas de colaboradores em seu ateliê de Antuérpia para produzir gravuras e pinturas encomendadas por príncipes e nobres. Como os outros artistas barrocos, ele procurava reafirmar a autoridade da Igreja católica diante da difusão da reforma protestante.

Rubens frequentou as principais cortes europeias da época, e não somente para pintar os retratos dos poderosos, como explica Xavier Dectot, diretor do museu: "Além da pintura, Rubens exerceu um papel de diplomata. Ele serviu de intermediário para garantir a paz entre os Habsburgos e a Inglaterra. Para um artista dessa época, era normal participar da vida da corte real e ter outras funções, além daquela de pintor do rei."

 

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