Acessar o conteúdo principal
Marselha/Mucem

Novo museu dá novo fôlego a Marselha

Foi aberto ao público o Mucem, o Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo, em Marselha, uma estrutura que acrescenta mudanças à paisagem portuária da cidade. Um complexo bloco de concreto instalado na boca do velho porto, o Mucem é um dos pontos altos de Marselha como a capital cultural da Europa em 2013. O Mucem também é o primeiro museu nacional instalado fora de Paris, com exceções da filial do Louvre em Lens e do Centro Pompidou em Metz.

Fachada de grade em concreto Mucem, com o Forte Saint Jean ao fundo.
Fachada de grade em concreto Mucem, com o Forte Saint Jean ao fundo. Siegfried Forster / RFI
Publicidade

O projeto do Mucem é assinado pelo francês Rudy Ricciotti, Grande Prêmio de Arquitetura da França em 2006. No projeto, a luz forte do Mediterrâneo que vem das fachadas de vidro é atenuada por uma cobertura intrincada de concreto especial, como uma grade rendada. Exposições permanentes e temporárias vão travar diálogos entre as populações da região, como explicou para a RFI o presidente do Mucem, Bruno Suzzarelli. ‘O objetivo não é manter um registro histórico do Mediterrâneo’, acrescentou.

Segunda maior cidade da França, Marselha tem enfrentado um longo período de marasmo e estagnação econômica, além da imagem de ser uma cidade perigosa em relação a assaltos e furtos. A escolha como capital cultural europeia de 2013, ao lado de Kosice, na Eslováquia, serviu para dar uma injeção de ânimo a novos projetos e a uma tentativa de mudar o perfil da cidade e transformá-la em destino turístico, uma vez que já tem os privilégios de belas praias e das temperaturas amenas do Mediterrâneo.

Emblemas culturais

O Mucem está no centro de um complexo cultural. Uma passarela de 115 metros o une ao forte Saint Jean, que, após anos de abandono, ganha o status de local de exposições da coleção permanente. As fundações do forte datam do final do século 12, mas a edificação atual foi construída no século 17. ‘Finalmente vou poder conhecer o forte por dentro’, declarou o editor Marcel Lecour, que vive em Marselha há 20 anos.

Outro anexo é o Centro de Conservação e Recursos, de 13 mil metros quadrados, a poucos quilômetros dali, que vai servir como depósito das coleções.

A chegada de patrocínios e investimentos propulsionou a criação de outros centros culturais na área. A Villa Mediterranée, ao lado do Mucem, é uma construção arrojada, um ‘L’ invertido com uma parte submersa no Mediterrâneo. O projeto é do italiano Stefano Boeri. O espaço vai ser uma plataforma para manifestações culturais mediterrâneas.

Logo adiante, um antigo centro sanitário que recebia imigrantes no meio do século passado também virou espaço cultural, o Museu dos Olhares da Provença. Cruzamento de vários mundos, Marselha também foi porto de muitas epidemias e da grande peste de 1740 que varreu a Europa. O centro sanitário, aberto em 1945, foi uma tentativa de evitar esses flagelos. Era ali que os imigrantes vindos pelo mar tomavam banho, eram examinados e suas roupas eram desinfetadas. Uma diretiva da Organização Mundial da Saúde, em 1951, mudou os procedimentos e o local adotou funções administrativas até a década de 70. Depois de anos abandonado, ele agora abriga obras que tem como tema Marselha e a região provençal.

Com tantas novas atrações culturais, as autoridades cruzam os dedos para que Marselha possa ter destaque cultural no cenário centralizado por Paris. Outro objetivo também é insuflar a combalida autoestima dos marselheses, que durante décadas vinham abandonando a cidade portuária, em busca de melhores condições econômicas de vida.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.