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Cinema/Cannes

Festival de Cannes expulsa diretor que disse "ter simpatia por Hitler"

Foi uma decisão inédita na história do Festival de Cannes. O Conselho de Administração reuniu-se hoje em reunião extraordinária, a pedido do seu presidente Gilles Jacob. Na pauta, o estudo de eventuais sanções ao  diretor dinamarquês Lars Von Trier, que provocou polêmica ao declarar, durante a coletiva de imprensa de seu filme "Melancholia", que simpatiza comHitler e que Israel "enche o saco". Sob pressão da direção do festival, ele foi obrigado a pedir desculpas mas a indignação geral foi tão grande, que a organização decidiu considerá-lo "persona non grata".

Lars Von Trier posa para fotos em Cannes.
Lars Von Trier posa para fotos em Cannes. DR
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Se era por falta de escândalo, o Festival de Cinema de Cannes deste ano já teve a sua dose.  A organização do evento acaba de declarar que Lars Von Trier é "persona non grata" no Festival, "com efeito imediato" como diz o comunicado. Em outras palavras, ele não é mais considerado como um convidado do festival e não pode participar da cerimônia de encerramento. No entanto, seu filme "Melancholia" não foi excluído da seleção oficial e continua competindo pela Palma de Ouro.

Na quarta-feira, o cineasta Lars Von Trier, diante de uma plateia repleta de jornalistas, depois da exibição do seu filme "Melancholia", disse sentir simpatia por Hitler.

"Eu compreendo Hitler, ele não é realmente um homem bom, mas eu o entendo e sinto simpatia por ele", falou o cineasta, causando um profundo mal estar entre as pessoas que participavam da coletiva. Von Trier também disse que Israel "enche o saco".

As reações pipocaram por todos os lados e, a pedido do diretor do festival, Thiérry Fremaux, Von Trier acabou se desculpando. Frémaux afirmou que não quer ver o festival servir de palco para se passar este tipo de mensagem. Junto com seu pedido de desculpas, Von Trier alegou que "seu lado provocador foi longe demais".

O respeitado diretor Costa-Gravas, que está em Cannes, expressou sua revolta, alegando que esse tipo de atitude é inaceitável.

Charlotte Gainsbourg,  filha de judeu

Quando Lars Von Trier falou de sua simpatia por Hitler, uma das atrizes principais do seu filme, a americana Kirsten Dunst, deixou escapar um "Oh! My God!", por saber que o pai de outra atriz de "Melancholia", a francesa Charlotte Gainsbourg, o cantor Serge Gainsbourg, era judeu. A situação foi muito embaraçosa para Charlotte, uma das intérpretes prediletas do diretor, que ganhou uma Palma de melhor atriz em 2009 por sua atuação em "AntiChrist", de Von Trier.

Assim, com uma brincadeira sem graça nenhuma, o Festival vive sua primeira polêmica e Lars Von Trier ganha uma Palma inédita, a de "persona non grata" em Cannes.

 

 

 

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