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Cientistas apostam em vacina universal contra futuras variantes da Covid-19

O futuro da pandemia de Covid-19 depende, entre outros fatores, de como os imunizantes se adaptarão ao surgimento de novas variantes do vírus. Por isso, os cientistas buscam uma vacina universal contra os coronavírus, incluindo o SARS-CoV-2, capaz de atacar futuras cepas.

Vacinas contra a Covid-19 deverão sofrer adaptações constantes antes do surgimento de um imunizante mais apropriado.
Vacinas contra a Covid-19 deverão sofrer adaptações constantes antes do surgimento de um imunizante mais apropriado. AP - Thibault Camus
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Desde que a corrida pela primeira vacina anticovid impulsionou uma nova geração de imunizantes, os pesquisadores buscam criar um fármaco que proteja contra todos os coronavírus e cujo alvo não seja apenas a Spike - a proteína presente superfície do coronavírus, em forma de espícula, que ele utiliza para contaminar as células humanas.

O pesquisador Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia, um dos pioneiros na tecnologia do RNA mensageiro utilizada na vacina da Pfizer, é responsável por um desses projetos. O laboratório anunciou, há algumas semanas, que pretendia iniciar os testes de um imunizante que se adapte a todas as variantes conhecidas.

Segundo o pesquisador americano, essa ambição tem um limite: "vão aparecer novas variantes a cada três ou seis meses", alerta. Após dois anos de pandemia, o novo coronavírus começa a mutar de maneira específica para burlar a imunidade adquirida graças às vacinas, como acontece com o vírus da gripe", diz.

As vacinas existentes visam, basicamente, imitar o papel da Spike para ensinar o sistema imunológico a combater o SARS-CoV-2. Mas, desde o início da pandemia, o vírus vem sofrendo mutações que atingem principalmente essa proteína.

A ômicron, por exemplo, possui 32 mutações na Spike. Como ela é essencial para o vírus penetrar nas células, os imunizantes se tornaram pouco eficazes para prevenir a infecção.

A equipe do pesquisador americano trabalha na concepção de uma vacina universal e tenta descobrir fragmentos inteiros do vírus que não podem mutar facilmente, como é o caso da Spike. A tarefa não é fácil. "Poderíamos ter uma vacina universal em dois ou três anos, mas vamos continuar trabalhando em cima disso e tentar adaptá-la, para nos mantermos à frente do vírus", descreve Drew Weissman.

Imagem da variante ômicron, que atualmente é a cepa dominante
Imagem da variante ômicron, que atualmente é a cepa dominante © NIAID

Projetos analisam diferentes coronavírus

O SARS-CoV-2 não é o primeiro coronavírus transmitido por animais a humanos neste século: o SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) matou 800 pessoas entre 2002 e 2004 e o MERS-CoV (Coronavírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio) o sucedeu 2012.

Quando a empresa de biotecnologia americana VBI Vaccines anunciou seu projeto pan-coronavírus nos primeiros dias da pandemia, em março de 2020, baseou-se nesses três vírus. Segundo Francisco Díaz-Mitoma, chefe médico da VBI, o objetivo é ensinar o sistema imunológico a se adaptar às variantes do vírus, sendo capaz de detectá-lo desde o início.

Na França, a empresa Osivax também trabalha no projeto de uma vacina universal. Nesse caso, a ideia é utilizar a parte interna do vírus, mais estável, e ativar a chamada imunidade citotóxica, que leva os linfócitos T, que atuam na resposta antiviral, a produzir citocinas ou destruir diretamente as células contaminadas.

Essa característica tornaria possível, por exemplo, a administração de uma só dose para proteger o indivíduo da Covid-19 pelo resto da vida. O projeto ainda está en andamento e demorará para ser concretizado.

(Com informações da AFP)

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