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Davos: Marina Silva diz que são necessários grandes investimentos para adaptar Brasil à mudança climática

A ministra do Meio Ambienta e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta terça-feira (16), em Davos, na Suíça, que para evitar catástrofes como as enchentes do Rio de Janeiro são necessários grandes investimentos na adaptação do Brasil às mudanças climáticas. Ela também falou dos desafios do país na liderança do G20.  

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática do Brasil.
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática do Brasil. World Economic Forum / Sandra Blaser
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Marina Silva teve a agenda cheia em Davos, nesta terça-feira (16). Ela está na Suíça para participar da 54ª edição do Fórum Econômico Mundial, representando o presidente Lula. O evento, que dura cinco dias, começou na segunda-feira (15), tem como tema "Reconstruir a Confiança" e deve receber quase três mil participantes, incluindo mais de 60 chefes de Estado. 

Juntamente com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ela participou do painel Transformação Sustentável do Brasil.

“O Brasil voltou e se instalou. Porque às vezes é fácil voltar, mas difícil se instalar”, disse Marina.

A ministra disse que a adaptação do Brasil às mudanças climáticas necessitaria grandes investimentos, citando como exemplo o caso das enchentes que acontecem neste momento no Rio de Janeiro.  “Na parte de infraestrutura, que tem que passar por um processo de adaptação, de reconstrução de determinadas áreas, que em alguns casos tem que haver remoção de população, na parte de drenagem, de saneamento básico, são grandes investimentos para que se possa ter o processo de adaptação”, disse sem citar valores.

“Na agenda de mitigação, são os investimentos da área das energias renováveis. Temos que fazer investimentos fortes para que a gente possa atingir a nossa meta de metano no setor de agricultura”, reconheceu.

Questionada sobre o Fundo Amazônia, ela disse que a receptividade do Brasil internacionalmente é sempre muito grande, “um interesse em várias frentes. De investidores, das agências multilaterais de financiamento e da filantropia”. De acordo com a ministra, o fundo conta atualmente com R$ 6 bilhões, R$ 3 bilhões a mais do que no fim do governo de Jair Bolsonaro.   

Já o Fundo do Clima deve contar com um aporte de US$ 2 bilhões do Banco Interamericano. Ele conta atualmente com cerca de R$ 10 bilhões, de acordo com a ministra. Este fundo deve disponibilizar a governos, empresas, organizações sociais e comunidades um orçamento para enfrentar a mudança climática e suas consequências.

“Pensando em agendas como bioeconomia, processos de rastreabilidade para a agricultura brasileira para que a gente possa efetivamente separar o joio do trigo”, explicou.

A ministra reconheceu que existem desafios. “É necessário haver abertura de mercado para os produtos da biodiversidade que conta com regramentos diferenciados e em relação ao esforço que o presidente Lula tem feito, quanto às energias renováveis com um olhar inclusive para a experiência acumulada do Brasil”, informou.

G20

Ela também falou dos desafios do Brasil na liderança do G20. “Vamos ter quatro países em desenvolvimento liderando as 20 economias mais importantes do mundo e tem 80% dos recursos, 80% das emissões de CO2 que se determinarem a combater as emissões podem fazer a diferença”, disse.

“O G20 terá uma força tarefa sobre clima, força tarefa sobre desigualdade, vamos discutir questões de bioeconomia, valorização e preservação dos serviços ecossistêmicos e uma iniciativa global para a proteção de florestas tropicais”, afirmou. “Tanto do ponto de vista da proteção quanto do uso sustentável dessas florestas, olhando para as populações tradicionais que é um grande desafio”, completou. 

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