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Imprensa francesa: “Bolsonaro não teve a recepção que sonhou” ao voltar para o Brasil

Para os jornais franceses Le Monde e Le Figaro, o retorno de Jair Bolsonaro para o Brasil, depois de quase três meses nos Estados Unidos, foi bem diferente do que o ex-presidente esperava. Sem multidão e muito menos desfile em carro aberto pelas ruas, o “retorno foi discreto” nesta quinta-feira (30), diz Le Monde, destacando que o futuro político do ex-líder vai depender das investigações que ele terá de responder no país.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro participa de uma reunião com membros do Partido Liberal (PL) e aliados após sua volta da Flórida. Brasília, 30 de março de 2023.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro participa de uma reunião com membros do Partido Liberal (PL) e aliados após sua volta da Flórida. Brasília, 30 de março de 2023. via REUTERS - PARTIDO LIBERAL
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“Ele tinha sonhado com uma multidão o recebendo no aeroporto, mas teve de se contentar com uma chegada sem agito”, relata o diário, ao explicar que “apenas” 600 pessoas se deslocaram até o aeroporto de Brasília para recepcionar Bolsonaro – bem menos que as 10 mil anunciadas nas redes de apoiadores do ex-presidente.

Le Figaro segue na mesma linha: “a festa do retorno deu errado”, diz o jornal conservador, reiterando que essa “não foi a recepção com a qual Bolsonaro sonhou”. A publicação explica que, para os aliados do ex-presidente, o momento da volta era visto como uma oportunidade de “demonstrar a sua força” para Lula – mas por razões de segurança, o governo do Distrito Federal preferiu isolar o local e proibir manifestações de apoio ao ex-líder.

Imbróglios com a Justiça

“Essa recepção frustrada deu uma pitada do que será sua a volta ao Brasil, que se anuncia cheia de percalços: ele está enrolado em um caso de joias dadas de presente pela Arábia Saudita e é acusado em cerca de 15 processos judiciais que podem resultar em uma série de condenações e, provavelmente, na sua ilegibilidade por oito anos”, explica Le Figaro.

O jornal observa que as “más notícias” já começaram a chegar “antes mesmo que o ex-presidente colocasse os pés no solo brasileiro”, já que ele foi convocado a depor na Polícia Federal sobre o caso das joias, no próximo dia 5.

O escândalo, conforme um analista político ouvido pelo diário, “fragiliza muito” a imagem de Bolsonaro, que sempre se esforçou para “parecer uma pessoa simples e que não se importava com bens materiais”.

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