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“Trump dos Trópicos”: imprensa francesa repercute participação de Bolsonaro em evento conservador nos EUA

A imprensa francesa deste domingo (5) analisou a participação do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), ocorrida em Washington, no sábado (4), evento que reuniu os principais nomes da extrema direita dos Estados Unidos. O jornal Le Parisien escreve que o brasileiro "foi recebido como uma estrela de rock" por apoiadores próximos a Donald Trump. 

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, fala na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) no Gaylord National Convention Center em National Harbor, Maryland, EUA, em 4 de março de 2023. REUTERS/Evelyn Hockstein
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, fala na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) no Gaylord National Convention Center em National Harbor, Maryland, EUA, em 4 de março de 2023. REUTERS/Evelyn Hockstein REUTERS - EVELYN HOCKSTEIN
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Instalado na Flórida desde o final de dezembro, Jair Bolsonaro, 67 anos, julgou que sua relação com o ex-presidente Trump é “simplesmente excepcional”, segundo o diário francês, que lembrou o fato de bolsonaro ser frequentemente chamado de “Trump dos Trópicos”.

No último dia da CPAC, a grande convenção política conservadora organizada esta semana nos subúrbios de Washington, Jair Bolsonaro falou para uma plateia lotada com a ajuda de um tradutor. O Parisien escreve que ele “tocou em todos os temas caros à direita americana, desde os direitos dos transgêneros, críticas à vacina contra a Covid-19, até a ameaça socialista”.

O jornal Le Figaro destaca que o ex-presidente brasileiro questionou a sua derrota nas eleições de outubro, assim como fez Donald Trump, nos Estados Unidos. “Bolsonro persiste em questionar a vitória de seu rival”, destaca a reportagem. “Tive mais apoios em 2022 do que em 2018 e não entendo porque os números dizem o contrário”, discursou o ex-presidente derrotado nas urnas, sob os aplausos do público.

Refúgio americano

A publicação francesa afirma que o ex-capitão do Exército refugiou-se nos Estados Unidos no dia 30 de dezembro, pouco antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro, recusando-se a entregar a faixa presidencial ao seu sucessor, como manda a tradição. Recentemente, bolsonaro indicou que queria voltar ao Brasil. "Sinto que minha missão não acabou", disse ele, no sábado.

O jornal Libération apresenta Bolsonaro como “novo residente da Flórida, onde aguarda um processo perante o Supremo Tribunal Federal por sua suposta participação na invasão de Brasília, no dia 8 de janeiro”. Em seu discurso sucinto em português e rigorosamente cronometrado, “Bolsonaro vangloriou-se de seu governo e repetiu o lema ‘Deus, Pátria, família e liberdade’", destaca o Libération.

Citações contra a "ideologia de gênero", o aborto e as ameaças que seu sucessor faria ao princípio da "propriedade", "um dos pilares da democracia" brasileira rechearam o discurso de Bolsonaro, de acordo com o jornal. O ex-presidente também fez declarações apaixonadas ao Brasil, convidando o público a visitar a "Amazônia que é só nossa". Um país onde afirma ter "semeado muito" e que revelou "muito potencial".

Libération encerra a reportagem dizendo que a útima fala de Bolsonaro foi dirigida ao “povo americano, que sempre admirou”, e ao seu modelo: “É essencial dizer que a minha relação com Donald Trump foi simplesmente excepcional”, concluiu o político conservador, “antes de assistir ao discurso do ex-presidente Donald Trump da primeira fila”, o  "lugar dos bons alunos”, conclui o jornal francês.

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