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Invasão em Brasília: centenas de bolsonaristas são presos; Moraes diz que envolvidos serão punidos

Centenas de apoiadores de Bolsonaro foram presos em flagrante por atos terroristas contra prédios públicos em Brasília, neste domingo (8). O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse que envolvidos serão punidos e governo do Distrito Federal pede desculpas a Lula.

Bolsonarista é preso durante invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do TSE, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
Bolsonarista é preso durante invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do TSE, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. REUTERS - UESLEI MARCELINO
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília. 

Apenas no fim da tarde a Polícia Militar passou a agir para afastar os manifestantes golpistas, que ainda ocupavam a área em frente ao Congresso, usando bombas de efeito moral, spray de pimenta, jatos de água e formando cordões de isolamento. 

Cerca de 40 ônibus que trouxeram pessoas de outras cidades para Brasília foram apreendidos. Até o início da noite 200 pessoas haviam sido presas e levadas até a sede da Polícia Civil para prestar depoimento, mas o governo local estima um número final bem maior pois as detenções continuarão a ser feitas no decorrer da noite.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, disse que “os desprezíveis ataques terroristas à democracia e às instituições republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O Judiciário não faltará ao Brasil!” 

Outros ministros do STF também se manifestaram, como Roberto Barroso, para quem “o terrorismo é a vitória do mal e do crime disfarçados de ideologia. Dia de luto para as pessoas de bem de qualquer credo político. A Justiça virá. E os deuses da democracia protegerão as instituições e cobrirão de vergonha os criminosos que procuram destruí-la.” 

A presidente do STF, Rosa Weber, divulgou nota afirmando que “a Suprema Corte não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao estado democrático de direito.”

Inação policial

Inúmeras imagens e vídeos divulgados na internet mostram a falta de ação da polícia militar diante da invasão ao parlamento, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. Alguns policiais foram vistos inclusive filmando de longe a ação dos golpistas. 

Os vândalos deixaram um rastro de destruição, com vidros quebrados, televisores e computadores destruídos, obras de arte danificadas, móveis jogados pelas janelas. 

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) disse que intervenção federal decretada na área da segurança pública do Distrito Federal dará início à apuração das responsabilidades criminais desses atos, de invasores a financiadores. “A barbárie de hoje é efeito direto da irresponsabilidade de todos que apoiam, financiam ou se omitem diante de atos antidemocráticos. Que sejam, na forma da lei, punidos em nome da República e da democracia, covardemente atingidas mais uma vez”, afirmou Alckmin.

Tirando o corpo fora

Diante das críticas recebidas por não evitar um crime anunciado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, divulgou um vídeo em que pede desculpas ao presidente Lula pela depredação dos prédios públicos. As informações são de que Ibaneis está receoso de que os atos deste domingo possam lhe custar caro politicamente, já que alguns integrantes do Judiciário e do Executivo chegaram a falar, nos bastidores, que os atos poderiam até levar a um pedido de impeachment do chefe do Executivo local.

Até às oito da noite, horário de Brasília, nem Bolsonaro nem os filhos haviam feito qualquer comentário sobre as invasões de Brasília. O presidente do PL, partido do ex-presidente, tentou se afastar dos manifestantes. “Hoje é um dia triste para a nação brasileira. Esse movimento de Brasília hoje é uma vergonha para todos nós, e não representa o nosso Partido, não representa o Bolsonaro” disse Waldemar Costa Neto.

O senador Sérgio Moro também comentou a situação, pegando bem leve com os golpistas. “Protestos têm que ser pacíficos. Invasões de prédios públicos e depredação não são respostas. A oposição precisa ser feita de maneira democrática, respeitando a lei e as instituições. Os invasores precisam se retirar dos prédios públicos antes que a situação se agrave.” 

Horas antes, Moro havia publicado um post minimizando a presença de manifestantes em Brasília: “o novo Governo Lula iniciou mais preocupado em reprimir protestos e a opinião divergente do que em apresentar resultados.” 

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