Espumantes brasileiros triunfam no mercado internacional
A arquitetura suntuosa da embaixada do Brasil em Paris serviu de "décor", na noite da quinta-feira (27), para a degustação do espumante brasileiro Miolo Cuvée Tradition. A ideia era celebrar o sucesso de 100 mil garrafas vendidas no mercado externo em 2016, principalmente em países como Inglaterra, Holanda, França, Estados Unidos e China.
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O evento, organizado, entre outros, pela adega parisiense Soif D’ailleurs - que comercializa o espumante e o considera seu produto mais emblemático -, reuniu enólogos, viticultores, sommeliers, donos de adegas, jornalistas, consultantes e eruditos bons de copo e de papo.
Um dos convidados de honra foi o renomado crítico inglês Steven Spurrier, fundador da Academia do Vinho e organizador do famoso julgamento de Paris. O evento produzido por Spurrier há exatos 40 anos abriu as portas do mercado vinícola mundial para o vinho californiano.
“Eu estive na vinícola Miolo, há quatro anos. Passei um dia inteiro com a equipe e percebi o quão bons produtores eles são. Eles se interessam muito por pesquisas científicas, com o intuito de melhorar cada vez mais o produto", disse.
Segundo o crítico inglês, o espumante é o melhor do Brasil. “Ele é comparável ao Moët & Chandon, o melhor do mundo.”
Menina dos olhos
O Miolo Cuvée Tradition acabou se tornando a menina dos olhos do comerciante e enófilo parisiense Mathieu Wehrung.
Sua adega, Soif D’ailleurs - considerada como a melhor de Paris pelo guia Pudle de 2016 - aproveitou a ocasião para comemorar a venda de 10 mil garrafas do espumante brasileiro.
“Se o espumante da Miolo não existisse, nós não estaríamos aqui hoje. Ele tem surpreendido cada vez mais os clientes, que acabaram se tornando extremamente fiéis. Este espumante é uma verdadeira dádiva”, afirma com entusiasmo, Wehrung.
Brindemos
O jornalista mexicano Abdon Flores - que admite gostar mais de vinho tinto -, disse à RFI, ter se surpreendido com a qualidade do espumante. “Ele funciona sem pesar, sem carregar, na leveza de suas borbulhas, e sem nenhuma acidez, que normalmente me impede de beber champanhes.”
Anderson Tirloni, gerente de exportações da Miolo, mencionou a originalidade da operação Amphoris, realizada na última sexta-feira, (21) e que consiste na imersão de um lote de 500 garrafas do Miolo Cuvée Tradition Brut no mar da região da Bretanha, no Atlântico Norte, na França.
Tirloni explica que o ambiente marinho cria condições peculiares para o envelhecimento do vinho e afirma estar curioso para ver o resultado daqui a um ano. Após a retirada dessas garrafas do fundo do mar - que funciona com uma gigantesca cave submarina - elas serão comercializadas em uma edição especial.
Elaborado no Vale dos Vinhedos, na serra gaúcha, cujo microclima é considerado ideal para a produção de espumantes, o Miolo Cuvée Tradition Brut é preparado com uvas chardonnay e pinot noir e sua fermentação é feita na própria garrafa, como os champanhes franceses. A “terra dos espumantes”, como é conhecida a região do Rio Grande do Sul, tem boa drenagem e boa exposição solar, o que explica o enorme potencial do “terroir” do sul.
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