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“Temer vai ter de prestar contas aos haitianos”, diz diretora da Human Rights Watch no Brasil

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Na segunda-feira (19), véspera da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, chefes de Estado e de governo se reuniram para falar de refugiados e deslocados. Michel Temer deu uma pedalada em plena ONU, ao falar que o Brasil recebeu 95 mil refugiados nos últimos anos, enquanto que dados oficiais falam em cerca de 8.800.  

Maria Laura Canineu, diretora do Human Rights Watch
Maria Laura Canineu, diretora do Human Rights Watch www.hrw.org
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O representante brasileiro incluiu 85 mil haitianos acolhidos pelo Brasil depois de um terremoto que arrasou com o país em 2010, fato que não os torna oficialmente refugiados. Maria Laura Canineu, diretora do escritório brasileiro da Human Rights Watch, explica que a condição de chegada, de aceitação e reconhecimento de um haitiano no Brasil não é a mesma de um refugiado.

“O visto humanitário, que pode preceder um processo de residência permanente, vale apenas por cinco anos, podendo ser renovado a cada ano. Já o refugiado necessita de uma solução permanente, uma vez que não pode voltar para um lugar onde sua vida está ameaçada”, explica a diretora da Human Rights Watch.

“O refugiado recebe permissão para trabalhar e para se instalar muito rapidamente, o que não é o caso de um haitiano”, acrescenta Canineu. “Michel Temer e seu ministro da Justiça vão ter que prestar contas à sociedade e aos haitianos sobre o que vai acontecer com eles”.

Para Maria Laura Canineu, o Brasil perdeu uma grande oportunidade de se comprometer com o reassentamento de refugiados, assim como o de liderar uma discussão mais efetiva na ONU em relação à proteção de pessoas em outras condições de precariedade.
 

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