“Entre alucinação e memória”, diretor brasileiro estreia monólogo de Nelson Rodrigues na França
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“Vestido de Noiva”, “Beijo no Asfalto”, “Toda nudez será castigada” são alguns dos textos emblemáticos do jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Um pouco mais secreta, a trama de “Valsa N°6”, único monólogo do autor brasileiro, chega à França no Théâtre de L’Évre, em Norte-Dame du Marillais. Para falar sobre o assunto, RFI Convida o diretor Érico José, responsável pela montagem.
“A peça trata de uma adolescente de 15 anos que é assassinada enquanto toca a Valsa N°6. Entre a vida e a morte, ela tenta fazer uma retrospectiva da sua vida”, explica o diretor Érico José, que além de autor, ator, encenador e iluminador teatral, é professor da Escola de Teatro e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
“Nas rubricas de Nelson Rodrigues, ele indica que a personagem, Sônia, toca trechos da valsa (n°6, de Chopin). Aproveitei isso para fazer algumas brincadeiras com a música. Em alguns momentos ela é tocada de forma mais lenta ou mais rápida para dar uma atmosfera diferente ao espetáculo", explica o diretor.
“Os textos de Nelson trabalham muito entre a alucinação e a memória, os flashbacks. Aproveitei isso para dar uma força ao corpo dentro do espetáculo”, afirma Érico José, que conheceu a atriz francesa Mélina Boré, protagonista do espetáculo, durante um curso na conhecida escola internacional de teatro Jacques Lecoq, em Paris.
O espetáculo, uma parceria com a companhia francesa Cie D’Art-D’Art, será apresentado nos dias 30 e 31 de agosto no Théâtre de L’Évre, em Norte-Dame du Marillais.
Clique abaixo para ver o vídeo da entrevista:
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