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Brasil-América Latina

Olimpíada do Rio inspira autoridades argentinas para Jogos de 2018

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Organização no Rio é laboratório para Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires daqui a dois anos. Para governo argentino, o sucesso do Brasil tem impacto positivo para toda a região. Mas como a Argentina vai colaborar para o êxito da segurança no Brasil?

A ministra argentina de Segurança, Patricia Bullrich, cencedeu uma entrevista exclusiva à RFI sobre a cooperação entre o Brasil e a Argentina durante os Jogos Olímpicos do Rio.
A ministra argentina de Segurança, Patricia Bullrich, cencedeu uma entrevista exclusiva à RFI sobre a cooperação entre o Brasil e a Argentina durante os Jogos Olímpicos do Rio. Ministerio de Seguridad de la Nación Argentina
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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

Os argentinos serão os estrangeiros mais presentes durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Não há ainda números oficiais, mas cerca de 60 mil entradas já foram adquiridas pelos argentinos. Todos os voos estão lotados e é incessante a saída de carros e ônibus rumo ao Rio.

E não só os turistas terão a sua experiência carioca. A organização dos Jogos Olímpicos pode ter sido polêmica em vários aspectos, mas para a Argentina é uma aprendizagem. Buenos Aires será sede dos Jogos Olímpicos da Juventude daqui a dois anos. O Rio de Janeiro agora é um excelente laboratório para as autoridades portenhas, como explicou à RFI Brasil a ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich.

"É muito importante para nós que, no ano 2018, teremos na cidade de Buenos Aires os Jogos Olímpicos juvenis. Então, nós também temos que aprender muita coisa da organização desses jogos no Rio", indica.

Preocupação com segurança é de toda a região

A preocupação com a Segurança no Brasil não é apenas um assunto dos brasileiros. A ministra Patricia Bullrich avalia que está em jogo a capacidade da região de abrigar com sucesso os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul.

"É muito importante para o nosso continente, para o Brasil, para a Argentina, que corra tudo bem. A demonstração de que os nossos países estão em condições de albergar um acontecimento tão importante, que as pessoas sintam que estão seguras para nós é muito importante. Por isso, a Argentina, o nosso Ministério, o nosso governo vai trabalhar junto com o Brasil nesse objetivo", aponta.

A cooperação argentina inclui agentes de Segurança não só no Rio de Janeiro, mas também em Brasília e em Foz do Iguaçú, na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. No total, 14 agentes argentinos da Polícia Federal, da Polícia de Segurança Aeroportuária e da Polícia do Exército vão atuar no Brasil. Dez estarão no Rio de Janeiro, tanto no aeroporto do Galeão quanto no Centro Internacional de Inteligência. Dois ficarão em Brasília e outros dois em Foz do Iguaçú que se somam a uma força-tarefa comum permanente.

"Depois do aeroporto internacional de Buenos Aires (Ezeiza), a ponte Tancredo Neves (que une Foz do Iguaçu a Puerto Iguazú) é o segundo lugar de trânsito da Argentina. Calculamos que, neste mês entre 200 e 300 mil pessoas podem ir e vir por essa fronteira. Vão ao Brasil, não só aos Jogos", prevê Bullrich.

Tarefa de identificar torcedores violentos e suspeitos terroristas

A ministra da Segurança conta que as autoridades argentinas têm o papel de identificar todos os argentinos, de detectar e de neutralizar possíveis torcedores violentos, deliquentes, foragidos e até atitudes terroristas.

"O principal trabalho que os policiais argentinos têm é a identificação dos argentinos para saber se esses turistas argentinos terão condutas corretas. E nós temos lá também uma delegação da Interpol que trabalha junto da delegação da Interpol do Brasil na identificação de pessoas fugitivas do mundo", descreve.

Quatro agentes de Segurança argentinos estarão na Vila Olímpica e terão o trabalho específico de cuidar dos 213 atletas da delegação argentina.

"Temos especial dedicação ao problema do terrorismo, ainda mais depois que a Polícia brasileira prendeu esse pessoal por ter certa vinculação com o terrorismo radical. Nós também vamos colaborar nesse campo", informa.

Depois das prisões, no Brasil, de dez pessoas que planejavam um ataque durante os Jogos Olímpicos, um igreja católica foi palco de um ataque na França. Com um papa argentino e a ameaça de um ataque ao "coração do Vaticano", as igrejas argentinas também poderiam ser alvos de extremistas.

"Nós temos uma quantidade imensa de igrejas no país, mas nós consideramos que o papa é do mundo. Não temos como hipótese que o episódio na França possa ocorrer na Argentina. Nós acreditamos que o papa está trabalhando para a paz, que está trabalhando para que o mundo todo compreenda a importância do problema e que esse é o caminho, mas não acreditamos que a Argentina seja alvo devido à nacionalidade do papa", descarta Bullrich. No entanto, a ministra esclarece que "mais do que segurança, nós temos um esquema de alerta. E estamos em constante alerta", conclui.

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