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Linha Direta

Abertura da Rio 2016 desperta paixões e desconfiança

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É grande a expectativa para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos na noite desta sexta-feira (5) no Maracanã e o desfile das delegações de mais de 200 países. O Rio de Janeiro enfrenta o grande desafio de realizar e deixar boa impressão na primeira Olimpíada organizada na América do Sul.

Entrada do Centro Equestre no Parque de Deodoro, no Rio de Janeiro.
Entrada do Centro Equestre no Parque de Deodoro, no Rio de Janeiro. REUTERS/Tony Gentile
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Elcio Ramalho, enviado especial ao Rio de Janeiro

O clima olímpico deve envolver a partir de hoje, se não totalmente, pelo menos boa parte dos habitantes da Cidade Maravilhosa, com a tradicional e aguardada cerimônia de abertura da Rio 2016. Entre muitos moradores, ainda há opiniões divergentes e contraditórias sobre a realização dos Jogos.

Para muitos cariocas, o evento acentuou os congestionamentos no trânsito, custará caro à cidade, além de trazer benefícios limitados e apenas para uma parcela da população. Muitos ainda acreditam que vão passar vergonha por causa de situações embaraçosas, como as críticas sobre os prédios com vazamento e mal-acabados da Vila dos Atletas, por exemplo. Por outro lado, tem gente que se mostra mais otimista nos últimos dias, com a chegada de turistas e o início das competições. Acham as reclamações exageradas e confiam no sucesso de um evento que desperta paixões e desconfiança.

Pelé, Guga, Grael ou Hortência para acender a pira?

O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, Brasil, onde ocorreu a cerimônia de abertura da Olimpíada de 2016.
O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, Brasil, onde ocorreu a cerimônia de abertura da Olimpíada de 2016. REUTERS/Ricardo Moraes

A cerimônia de abertura é ainda cercada pelo mistério sobre quem vai acender a pira olímpica. Pelé foi chamado, declarou em entrevistas que ficaria feliz com a oportunidade, mas ainda não deu sua resposta. O Comitê preparou uma lista com quatro nomes possíveis, entre eles o do ex-tenista Gustavo Kuerten e o da ex-jogadora de basquete Hortência. O espetáculo começa às 20h e terá três de duração. O gramado será transformado em um grande teatro e o tema da apresentação é a formação do Brasil. Tudo embalado por vários ritmos como samba e funk. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Anitta e Elza Soares estão confirmados no roteiro assim como um voo de uma réplica do 14 Bis, o avião de Santos Dumont.

Os números da festa são impressionantes: mais de 12 mil atletas devem desfilar e 45 mil pessoas estarão nas arquibancadas. Também está prevista a presença de 45 chefes de Estado e de governo. Eles estarão ao lado do presidente interino, Michel Temer, que irá declarar a abertura oficial dos Jogos.

Manutenção de instalações custará no mínimo R$ 59 milhões por ano

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, apresentaram um plano conjunto de utilização e manutenção das instalações esportivas pós-Olimpíadas e Paralimpíadas. Eles detalharam uma projeção para o futuro dos dois principais Parques Olímpicos, o da Barra e o de Deodoro, que deverão integrar a Rede Nacional de Treinamento criada pelo Ministério dos Esportes para promover a prática desportiva e investir em atletas de alto rendimento.

No Parque de Deodoro, os ministérios da Defesa e da Educação devem desenvolver programas e garantir a manutenção que irá custar R$ 46 milhões por ano aos cofres públicos. No caso do Parque da Barra, uma parceria público-privada, a prefeitura do Rio ainda precisa encontrar parceiros interessados em investir no local. A prefeitura vai gastar R$ 13 milhões por ano para manter a estrutura, um montante considerado pequeno pelo município, se comparado com os benefícios, segundo Eduardo Paes. Ele diz que não haverá elefantes brancos, e os brasileiros deverão ter orgulho do legado social dos Jogos. Mas reconheceu que a promessa não cumprida de despoluir a Baía da Guanabara é o ponto negativo da Rio 2016.

Solidariedade do COI não desculpa falhas

O prefeito Eduardo Paes não quis comentar a frase do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, de que não pretende ver no futuro o mesmo estresse relacionado ao orçamento.

O COI tem elogiado a realização dos Jogos, feita em condições difíceis diante das crises política e econômica do país. No entanto, sobram preocupações e cobranças sobre o Comitê organizador, que tem economizado como pode para cumprir as metas orçamentárias. O COI diz ser solidário, mas cobra, por exemplo, a falta de identidade visual na parte exterior das instalações olímpicas. O material atrasou. Há preocupação também manifestada com a demora nos deslocamentos.

O grande teste para a segurança será já a partir desse sábado, quando milhares de pessoas são aguardadas para ver as competições. Se houver um controle excessivo, pode haver filas.

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