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Brasil/Olímpiadas

"Erros graves" da polícia ameaçam Olimpíadas, diz Anistia Internacional

"O Brasil põe em prática as mesmas políticas que levaram a uma multiplicação dos homicídios e das violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança desde a Copa do Mundo de futebol de 2014", afirma a Anistia, em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (2).  

Em 2015, um homicídio em cinco foi cometido por policiais cariocas
Em 2015, um homicídio em cinco foi cometido por policiais cariocas anistia.org.b
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Em 2015, de cada cinco homicídios, um foi cometido por policiais cariocas. "A maioria das vítimas das operações policiais é de jovens e negros e vive nas favelas", aponta a ONG no relatório "A Violência não faz parte desse jogo."

"A estratégia de 'atirar primeiro e perguntar depois' coloca o Rio entre as cidades onde a polícia mata mais no mundo e compromete o prometido legado olímpico de uma cidade segura para todos", afirma a Anistia."Desde 2009, data na qual o Rio foi escolhido para sediar os JO, 2.500 pessoas foram mortas pela Polícia na cidade, e um número ínfimo deles obteve justiça", declara o diretor da Anistia Brasil, Átila Roque.

“O Brasil parece ter aprendido muito pouco com os erros que cometeu ao longo dos anos quando se trata de segurança pública", diz o texto do comunicado. “Quando juntamos políticas de segurança pública historicamente falhas, aumento de abusos documentados durante grandes eventos esportivos e falta de investigações conclusivas sobre violações de direitos humanos, temos uma receita para o desastre”, conclui o diretor da ONG.

Em 2014,  580 pessoas morreram durante operações policiais no Rio

Os homicídios ocorridos em intervenções policiais aumentaram cerca de 54% entre 2013 e 2015 em todo o território fluminense. Em 2014, ano da Copa, 580 pessoas morreram em operações policiais no estado do Rio, 40% a mais do que no ano anterior. Recentemente, as autoridades anunciaram que 65 mil policiais e 20 mil soldados - o dobro do efetivo dos JO de Londres-2012 - serão mobilizados para a segurança do evento. Uma parte desse contingente será enviada para comunidades carentes.

"A dois meses dos JO, ainda é hora de colocar em prática medidas que reduzam os riscos de violação dos direitos humanos", concluiu Roque. Os policiais também pagam um preço alto pela violência, com 39 agentes mortos entre o início de 2016 e meados de maio. Em 2015, foram 85 óbitos de agentes.

(Com informações da AFP)
 

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