Acessar o conteúdo principal
Anistia Internacional / Violência

Anistia Internacional critica polícia no Brasil

Em seu relatório anual divulgado nessa quinta-feira, a Anistia Internacional aponta os abusos cometidos pela polícia no Brasil. O documento também ressalta barreiras impostas pelo exército brasileiro para obstruir as investigações sobre os crimes cometidos durante a ditadura militar.

A organização recenseou casos de tortura e outros tipos de maus-tratos em 111 países.
A organização recenseou casos de tortura e outros tipos de maus-tratos em 111 países. AFP
Publicidade

A entidade sediada em Londres explica em seu relatório anual que embora o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha anunciado em dezembro do ano passado a criação de uma comissão para investigar a tortura, os assassinatos e os desaparecimentos forçados ocorridos de 1964 a 1985, a proposta pode não obter resultados concretos por causa das pressões exercidas pelo exército. Segundo a Anistia Internacional, as forças armadas no Brasil continuam a obstruir investigações sobre os crimes cometidos pela ditadura militar.

01:35

Tim Cahill, especialista sobre o Brasil na Anistia Internacional

O relatório também dá destaque às violações cometidas por forças policiais brasileiras. Segundo o estudo, no ano passado 1.048 pessoas morreram no Estado do Rio de Janeiro, e 543 em São Paulo, supostamente em confrontos com a polícia. Os números, de acordo com a Anistia, são comparáveis aos de zonas de guerra. O estudo também registra a existência de tortura, ameaças e roubos por parte da polícia. Já no que diz respeito às condições de detenção dos presos, a Anistia Internacional criticou em especial o caso do Espírito Santo.

A organização não governamental reconhece que o Brasil tem promovido reformas na segurança pública nos últimos anos, mas alega que a questão foi negligenciada pelos governos durante muito tempo e que o alcance das medidas atuais ainda é limitado. A polícia, de uma forma geral, continuaria hostil, e teria oficiais envolvidos com o crime organizado e com grupos de extermínio, informa a ONG.

Situação mundial

A Anistia Internacional ressalta que governos poderosos impedem os progressos da justiça internacional ao se colocar acima da legislação relativa aos direitos humanos, ao proteger seus aliados contra as críticas e ao agir somente quando podem conseguir benefícios políticos. Como consequência, milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas de repressão e injustiças. A organização recenseou casos de tortura e outros tipos de maus-tratos em 111 países, processos injustos em 55 países e restrições à liberdade de expressão em 96 países, além da presença de prisioneiros políticos em 48 países.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.