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Brasil/Imprensa

Governo Temer começou hesitante, diz Les Echos

“Os primeiros passos hesitantes do novo governo brasileiro”. Com esse título, o jornal econômico francês Les Echos desta segunda-feira (23) avalia as primeiras ações do gabinete montado pelo presidente interino Michel Temer.

O presidente interino do Brasil, Michel Temer.
O presidente interino do Brasil, Michel Temer. Lula Marques/ Agência PT
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Dez dias depois de Temer pedir para o país falar menos de crise e trabalhar, sua equipe começou a agir e parece atirar em todas as direções, escreve o correspondente do diário francês. Thierry Ogier cita a série de medidas já evocadas pelos ministros: reforma de aposentadorias, mudanças no sistema público de saúde, suspensão da construção de moradias populares e até regularização de cassinos e bingos.

“Muitas propostas são balões de ensaio mas já marcam uma ruptura com os 13 anos do PT no comando do país”, apesar de que a presidente Dilma ainda não foi oficialmente destituída, observa Les Echos.

A reportagem cita a previsão do déficit público primário de R$ 164 bilhões, fora os juros da dívida, o que representa quase o dobro do estimado inicialmente pelo governo. A recessão no país vai ser mais forte do que o previsto com um recuo de 3,8% do PIB em 2016.

Novo rumo do Itamaraty

Les Echos também destaca uma mudança na política externa brasileira. O foco será nas negociações comerciais com os grandes blocos e econômicos - União Europeia, Estados Unidos e Ásia. Outro sinal de mudança de rumo, segundo o texto, é a visita nesta segunda-feira do chanceler José Serra à Argentina de Maurício Macri.

Outra ação destacada pelo diário econômico francês foram as respostas dadas aos governos ditos "revolucionários" da América Latina que denunciaram um “golpe de Estado” no Brasil em referência ao processo de impeachment.

Les Echos traz também uma entrevista com o filósofo político da Universidade de Campinas, Marcos Nobre, especialista do partido PMDB. Ele diz que as medidas de austeridades vão ter consequências sociais graves e prevê explosões de insatisfação no país, mas “sem comprometer o novo governo Temer, que será fraco”, segundo o especialista.
 

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