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Brasil

Poucas horas antes do voto do Senado, Dilma resiste e diz que não vai renunciar

O Senado brasileiro começa a votar nesta quarta-feira (11) o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar dos recursos lançados pela defesa até o último minuto. Poucas horas antes do início do voto, a chefe de Estado disse que não vai renunciar e pretente terminar ser mandato.

Dilma Rousseff alega inocência até o momento do voto no Senado.
Dilma Rousseff alega inocência até o momento do voto no Senado. EVARISTO SA / AFP
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Enviado especial a Brasília

Nesta terça-feira (10), durante 4ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, em Brasília, a presidente assegurou que lutará contra o impeachment até o fim. "O último dia do meu mandato é 31 de dezembro de 2018", disse Dilma a milhares de simpatizantes durante o evento. "Vou lutar [contra o impeachment] com todas as minhas forças, usando todos os meios disponíveis, meios legais, meios de luta", afirmou a chefe de Estado.

As declarações foram feitas a menos de 24 horas de o Senado decidir se abre ou não um julgamento político contra a chefe de Estado. O processo pode resultar no afastamento de Dilma por até 180 dias, enquanto ela é julgada.

"Estou cansada dos desleais e dos traidores", disse a presidente, antes de identificar como autores de um "golpe moderno" o vice-presidente Michel Temer e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. "Os dois proporcionaram ao País esta espécie moderna de golpe. Um golpe feito não com as armas, com baionetas, mas um golpe que rasga a nossa Constituição", denunciou.

Para ela, Temer e Cunha usaram "o processo de impeachment para fazer uma espécie de eleição indireta, na qual o povo é apartado e não participa".

Dilma Rousseff é acusada de cometer "crime de responsabilidade" por ocultar déficits orçamentários com empréstimos de bancos estatais durante sua campanha à reeleição e nos primeiros meses de seu segundo mandato.

A presidente insiste em que seus antecessores fizeram as mesmas manobras fiscais e garante ser vítima de um "golpe parlamentar".

Segurança reforçada em Brasília para voto no Senado

O voto do proceso de impeachment deve começar às 9h. A sessão do plenário vai durar o dia todo e terá duas pausas de uma hora, para almoço e jantar. O presidente da Câmara, Renan Calheiros, espera que a votação seja concluída ainda nesta quarta-feira.

Um dispositivo de segurança especial foi preparado pelas autoridades da capital federal para evitar protestos violentos. O muro cercado por grades, formando um corredor de um quilômetro de comprimento por 80 metros de largura, foi instalado diante da Esplanada do Planalto, como durante o voto do processo do impeachment na Câmara dos Deputados, em abril. O sistema tem como objetivo evitar que os militantes favoráveis ou opositores ao processo de impeachment não se encontrem durante o voto.

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