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Brasil/crise

Le Monde traça perfil de Temer, o "profissional das intrigas parlamentares"

O Le Monde desta quinta-feira (14) publica um perfil do vice Michel Temer, "homem dos bastidores" que pode virar presidente caso Dilma seja afastada pelo impeachment, que será votado na Câmara neste domingo.

O vice-presidente Michel Temer e Dilma Rousseff
O vice-presidente Michel Temer e Dilma Rousseff EVARISTO SA / AFP
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Discreto, elegante, glacial. É assim que o Le Monde descreve o vice-presidente Michel Temer, “homem dos bastidores, filho de imigrantes libaneses, profissional da política e das intrigas parlamentares”, que amanhã poderá governar o Brasil.

O jornal francês lembra que o ex-líder do PMDB não tem nem 3% das intenções de voto, mas pode virar presidente caso Dilma seja afastada. Para o Le Monde, Temer sabe que sua hora chegou e não esconde isso, citando o discurso de união nacional desta segunda-feira, onde o vice promete fazer as reformas necessárias para o país e garantir a “perenidade dos programas sociais”.

“Ejaculador precoce do Planalto”

O jornal francês também lembra que Temer é qualificado de “ejaculador precoce” do Planalto, que se comporta como se a batalha estivesse ganha, e que suscitou a indignação de Dilma Rousseff. A presidente vê no vice e seu ex-aliado “o chefe dos conspiradores”. O papel de “traidor adjunto” caberia a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, próximo da bancada evangélica, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Para o Le Monde, Cunha quer transformar a votação do impeachment em um grande espetáculo público, transmitido pela Globo. “Temer não é o homem que os brasileiros esperam, mas ele acredita em seu destino”, diz o texto. “Os partidos aliados ao PT abandonam o governo um após o outro, e se posicionam a favor da destituição”, observa o jornal, citando o PP, o PRB, o PSB, e mais recentemente o PSD, que se pronunciaram a favor da saída da presidente.

Lula não consegue conter o processo

A ação de Lula nos bastidores, diz o Le Monde, não impede a derrocada de Dilma. "Mesmo batalhando nos bastidores ou oferecendo ministérios em troca de apoios, a hemorragia continua”, escreve a jornalista Claire Gatinois, autora da matéria. “Os indecisos se posicionam no campo que tem mais chances de vencer. Quanto mais as demissões se acumulam, mas o governo sai fragilizado”, avalia Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político da Fundação Getúlio Vargas, entrevistado pelo jornal.

O Le Monde conclui a reportagem dizendo que a votação de domingo é imprevisível, e manifestações são esperadas nas ruas de opositores e defensores do PT.

 

 

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