Para presidente da Ancine, cinema on demand, como Netflix, prejudica a diversidade
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Um encontro inédito reuniu, durante o Festival de Cinélatino de Toulouse, que acontece até o dia 20 de março no sul da França, diretores de Institutos de Cinema latino-americanos e europeus. A reunião de dois dias, patrocinada pela delegação francesa da Unesco, contou com a participação de 20 representantes dos dois continentes. O objetivo, entre outras coisas, foi buscar instrumentos que garantam a diversidade cultural no setor, diante dos desafios criados pela era digital. O Brasil foi representado pelo presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Manoel Rangel, que também é secretário executivo da Conferência de Autoridades Cinematográficas de Iberoamérica e foi um dos coordenadores do encontro. Em entrevista à RFI, Manoel Rangel defendeu que a regulação dos serviços de vídeo por demanda seja feita nos países de destino e não nos países produtores, como acontece na Europa.
O marco regulatório do vídeo por demanda no Brasil está em discussão e o projeto será enviado em breve ao Parlamento. Manoel Rangel propõe que esses serviços sigam, no Brasil e em outros países, o mesmo princípio que a política de cinema, obedecendo a legislação nacional e contribuindo financeiramente para o desenvolvimento e a diversidade no setor audiovisual.
Manoel Rangel também falou sobre a crise no Brasil. Ele disse que o cinema tem conseguido ficar «à margem da crise econômica e acima da crise política.» Mas o presidente da Ancine mostra uma certa preocupação com o futuro ao afirmar que «evidentemente a atividade audiovisual está inserida no contexto do país», antes de encerrar a entrevista com uma nota otimista: «Nós acreditamos que a crise brasileira vais ser superada porque esse é o desejo dos brasileiros e da sociedade brasileira.»
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