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Brasil/Olimpíadas

Luta de brasileira para manter casa em cidade olímpica interessa jornal francês

O jornal francês Le Parisien desta terça-feira (1) traz uma reportagem com a brasileira Márcia Lemos, que luta para evitar a demolição de sua casa, situada no meio do Parque Olímpico do Rio, onde está prevista a construção de um estacionamento.

Márcia Lemos, a última moradora do Parque Olímpico
Márcia Lemos, a última moradora do Parque Olímpico AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
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Márcia Lemos morou no local durante 15 anos, mas foi obrigada a se mudar depois que a água e energia elétrica foram cortadas. Mas a cada dois dias, conta o Le Parisien, ela volta para verificar se a casa ainda está de pé – a única nesse terreno onde cerca de 100 moradias já foram derrubadas para a construção de instalações esportivas para os Jogos Olímpicos, que acontecem entre 5 e 21 de agosto no Rio.

A casa de Márcia Lemos foi herdada do padrinho e se situa na favela Vila Autódromo, que no passado foi uma pequena comunidade de pescadores.No total, a vila abrigava 600 moradias, mas a maior parte de seus vizinhos, conta, concordou em assinar um acordo com a prefeitura da cidade, recebendo em contrapartida dinheiro ou outra moradia. 

“Eu sou a única habitante do Parque Olímpico. Você acha que vão me deixar ficar aqui?”, questiona a brasileira. Ela explica que a prefeitura carioca ofereceu R$ 900 mil pela casa, mas não propôs um dos apartamentos construídos para alojar os habitantes desapropriados. Dez deles ainda estão vazios. Mas, na verdade, ela gostaria é de ficar. "Mesmo sabendo que as chances são mínimas, de 1%, eu tento. Não quero que minha casa vire um estacionamento."

Moradora já esperava a demolição

Desde o início, Márcia sabia que sua casa não sobreviveria quando o Rio foi escolhido como sede dos Jogos, pela localização privilegiada. Dentro, o imóvel já está vazio. Só sobraram algumas cadeiras, uma geladeira e o lixo espalhado. “É muito triste vê-la neste estado”, declarou. Dentro de alguns dias, sua casa também será demolida. “Eu não assistirei aos jogos, nem se eu ganhar de presente todos os ingressos do mundo. Eu rasgaria tudo”, diz. E emenda: “Tudo o que eu quero é poder reconstruir minha casa, voltar, viver, morrer e ser enterrada aqui.”
 

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