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Prisão de João Santana fragiliza Dilma, diz Le Monde

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta sexta-feira (26) se interessou novamente pela crise política brasileira. Com o título “Dilma Rousseff fragilizada após prisão de um de seus próximos”, a correspondente do vespertino em São Paulo explica o impacto da detenção do publicitário João Santana no contexto político atual do país.

Imagem do publicitário sendo preso ilustra a versão online do artigo do Le Monde.
Imagem do publicitário sendo preso ilustra a versão online do artigo do Le Monde. Reprodução
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A publicação fala de Santana como um “criador de presidentes”, e conta como ele orquestrou as duas campanhas de Dilma Rousseff, ajudou Lula a se reeleger e colaborou em campanhas eleitorais, como consultor, em vários países, como a Venezuela.

Le Monde traz um perfil detalhado de Santana, apresentado como Tio Patinhas, por causa de sua avareza, mas que seria capaz de “transformar uma campanha eleitoral em filme de Spielberg”, na opinião do cientista político Mathias de Alencastro, ouvido pelo vespertino. Especialista em relações do Brasil com a África, ele relata, por exemplo, que, graças a sua capacidade de transformar os candidatos, Santana conseguiu fazer com que os eleitores angolanos acreditassem que o país estava realmente entrando em uma era de desenvolvimento.

Impeachment

Mas agora esse mesmo Santana está atrás das grades, suspeito de ter recebido US$ 7,5 milhões da construtora Odebrecht, de forma ilegal, relata Le Monde. Em seu depoimento, o publicitário reconheceu que o dinheiro, que está na Suíça, seria uma espécie de poupança para sua aposentadoria. Mas o diário francês se questiona se esse dinheiro sujo não teria sido usado para financiar a campanha de Dilma Rousseff em 2014.

A jornalista lembra que a prova de um possível financiamento ilegal da campanha de Dilma Rousseff poderia afastá-la do poder, assim como seu vice, Michel Temer. A reportagem lembra que a presidente já foi ameaçada por um pedido de impeachement pela má gestão do orçamento durante seu primeiro mandato.

Outro entrevistado pelo Monde é o cientista político do Insper Carlos Melo. “Nenhuma declaração acusa diretamente o PT, mas o juiz Sérgio Moro reuniu muitos indícios”, diz Melo ao jornal. “O escândalo agora atinge uma figura muito próxima da presidente”, complementa o analista.

 

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