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Brasil/rolezinho

"Rolezinhos" em shoppings brasileiros ganham destaque na imprensa francesa

A onda dos "rolezinhos" no Brasil, que já começa a preocupar até mesmo a presidente Dilma Rousseff, foi destaque no site do jornal francês Le Parisien. O governo brasileiro teme uma onda de protestos como a ocorrida em junho, que tomou conta das cidades brasileiras.

Captura vídeo de policiais militares da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) com jovens durante um encontro de jovens conhecido como "rolezinho" no shopping Itaquera, na zona leste de São Paulo.
Captura vídeo de policiais militares da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) com jovens durante um encontro de jovens conhecido como "rolezinho" no shopping Itaquera, na zona leste de São Paulo.
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Os "rolezinhos", encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers, começaram em dezembro em São Paulo no shopping Itaquera. Convocados pelas redes sociais, eles têm a participação de centenas de pessoas e dividem opiniões, lembra o Le Parisien.

Há quem diga que os shoppings são espaços públicos que podem ser frequentados por todos e que os "rolezinhos" são uma maneira de democratizar uma área reservada à elite e levantar um debate sobre a desigualdade social, o racismo e a discriminação no país.

A polícia e alguns frequentadores enxergam o fenômeno de uma outra maneira. Para as autoridades, os "rolezinhos" são um pretexto para assustar deliberadamente lojistas e clientes e praticar furtos e outros delitos.

De acordo com o jornal francês, os encontros começam a preocupar as autoridades e os comerciantes, que pretendem proibi-los. Neles, os jovens geralmente cantam hinos funks e bebem cerveja, sempre em grupo, de uma forma que às vezes pode ser considerada hostil.

Flashmobs desorganizados

Segundo o jornal Le Parisien, os "rolezinhos" se parecem com "flashmobs menos organizados." Flashmobs são manifestações convocadas pela Internet sem ter necessariamente um cunho social . O objetivo é reunir um grupo num determinado momento, para uma espécie de "performance coletiva" em público.

O jornal francês explica que os "rolezinhos" acabam em furtos e confrontos com os seguranças e policiais. O jornal cita o incidente ocorrido no shopping Itaquera no último sábado, que levou a polícia a dispersar os jovens com bombas de gás lacrimogêneo.

O jornal tenta fazer o contraponto da discussão que tomou conta do Brasil, lembrando que o governador Geraldo Alckmin pediu a abertura de uma investigação sobre a violência policial. Já o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, declarou que a prefeitura pretende aumentar e melhorar as áreas de lazer nos bairros pobres.

"Rolezinhos" proibidos

Alguns shoppings entraram na Justiça para impedir o encontro, cita o Le Parisien, entre eles, o Iguatemi. Os "rolezinhos" agora estão proibidos no local e os jovens que participarem correm o risco de levar uma multa de 3.300 euros.

O jornal lembra que as organizações de direitos humanos criticam a proibição desses jovens circularem no shopping e preparam uma manifestação para esse sábado contra a medida, julgada "discriminatória" contra jovens "negros, pobres, e adeptos do funk."

Em represália e solidariedade aos paulistanos, os jovens de outras cidades, como Rio e Brasília também preparam "rolezinhos", que aos poucos podem se transformar em ferramenta de mobilização social.

 

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