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Londres/detenção

Autoridades britânicas defendem que detenção de brasileiro em Londres foi legal

Apesar das críticas do governo brasileiro, as autoridades britânicas disseram hoje que a detenção para interrogatório do brasileiro David Miranda não foi ilegal. O companheiro do jornalista Glenn Greenwald do The Guardian, que publicou as revelações de espionagem do governo americano feitas pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden, ficou detido nove horas no aeroporto.  

David Miranda (d) e seu companheiro Glenn Greenwald (e) no aeroporto do Rio de Janeiro, nessa segunda-feira, 19 de agosto.
David Miranda (d) e seu companheiro Glenn Greenwald (e) no aeroporto do Rio de Janeiro, nessa segunda-feira, 19 de agosto. REUTERS/Ricardo Moraes
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O brasileiro ficou 9 horas no aeroporto de Heathrow e teve diversos pertences apreendidos como computador, celular e jogos de vídeo. As autoridades recorreram a uma lei antiterrorista para ouvir o brasileiro, que autoriza a polícia a interrogar e deter pessoas em trânsito no país, suspeitas de preparar ou planejar atos terroristas na Grã-Bretanha.

Em um comunicado, a polícia metropolitana de Londres afirmou que o interrogatório foi "necessário e moderado" e que David Miranda foi acompanhado de um advogado. Ontem o governo americano admitiu ter conhecimento de que o brasileiro estava na mira da polícia britânica.

A atitude das autoridades britânicas foi criticada pelo governo brasileiro. Nesta segunda-feira, o Itamaraty convocou o embaixador britânico Alexander Ellis, para demonstrar a insatisfação do país com a detenção de David, que ficou nove horas no aeroporto de Heathrow sendo interrogado pelos policiais.

O brasileiro voltava de Berlim, na Alemanha, onde passou uma semana com Laura Poitras, repórter escolhida por Edward Snowden, com Glenn Greenwald, para revelar a existência do programa de espionagem americano. David levou documentos secretos para ela e traria outros para o Brasil.

A detenção de David foi bastante criticada pelo governo brasileiro. O chanceler Antonio Patriota disse que "desmandos e desvios" vem sendo feitos em nome da luta contra o terrorismo.

O editor do jornal The Guardian, onde trabalha Glenn Greenwald, Alan Rusbridger, disse que o governo britânico o obrigou a destruir os arquivos entregues por Snowden.

O Partido Trabalhista britânico pediu uma investigação urgente e o presidente da comissão parlamentar britânica, Keith Vaz, indicou que exigiria "explicações" da polícia.
 

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