Greve geral no Brasil é destaque na imprensa internacional

O movimento sindical que tomou conta de várias cidades brasileiras ontem ganhou destaque na imprensa internacional. A primeira  greve enfrentada pela presidente Dilma Rousseff desde o início de seu governo foi tema de reportagens e análises em jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão fora do país.

Manifestante segura bandeira do Brasil em protesto da greve geral em Brasília no dia 11 de julho de 2013. Reuters / Marcelino

A mobilização, que já havia sido assunto dos jornais na véspera, foi novamente destaque nessa quinta-feira. Na França, o jornal Libération  lembra que essas são as primeiras manifestações desde o início do movimento popular que balançou o Brasil no mês de junho enquanto a revista L’Express se questiona: “Será que o maior país da América do Sul vai ser paralisado ?”  O canal de televisão BFM TV explica que apesar de todos os gestos feitos pelo governo, a presidente Dilma Rousseff não consegue acalmar os protestos.

O jornal Le Monde avalia que as tensões sociais preocupam principalmente por suas possíveis consequências econômicas. O vespertino também ouviu vários especialistas que alertam para os efeitos negativos do movimento na confiança dos investidores e no mercado financeiro. Já o tablóide Le  Parisien dá destaque para o fato de que a greve paralisou todas as atividades do porto de Santos, “o maior da América Latina”. Mas a rede de televisão France 24 pondera a situação e explica que, mesmo se houve protestos em vários pontos do país, a manifestação é pacífica e bem menor que as passeatas registradas em junho.

O jornal espanhol El Mundo traz em título “a ‘luta' dos sindicatos contra Dilma” e relata que o movimento bloqueou várias estradas, incluindo a via Dutra, “a rodovia mais importante do país, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro”. Mas o diário belga La Libre  analisa que apesar de as cinco forças sindicais terem manifestado juntas, elas não compartilham a mesma posição sobre temas como o apoio ao governo de Dilma.

Mesmo tom nos Estados Unidos, onde o Washington Post fala de uma greve pacífica “que bloqueou as estradas do país”. Já a rede de televisão em língua árabe Al Jazeera faz o balanço: “grevistas paralisam total ou parcialmente 40 estradas em 14 estados diferentes”.