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Impeachment/Trump

Ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia é testemunha-chave em impeachment de Trump

A ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Marie Yovanovitch, testemunha publicamente no processo de impeachment do presidente norte-americano nesta sexta-feira (15). Ela foi abruptamente demitida de seu posto em maio de 2019 e pode fornecer informações embaraçosas contra o atual governo de Donald Trump.

Marie Yovanovitch em Washington, em 15 de novembro de 2019.
Marie Yovanovitch em Washington, em 15 de novembro de 2019. REUTERS/Sarah Silbiger
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Com informações de Anne Corpet, correspondente da RFI em Washington

Marie Yovanovitch, especialista em Europa Oriental e na Eurásia, possuía uma carreira diplomática de 33 anos e uma reputação de grande integridade quando foi demitida sem cerimônia por Donald Trump como embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia. Na época, a Casa Branca estava buscando informações sobre o possível envolvimento com corrupção de Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente Joe Biden, este último um possível rival de Trump em sua corrida para a reeleição.

Alvo de Rudy Giuliani, advogado de Trump

No mês passado, a ex-embaixadora testemunhou diante das câmeras perante um comitê do Congresso dos Estados Unidos. Ela se descreveu como o alvo de uma campanha de difamação liderada pelo advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Rudolf Giuliani, e seus associados.

Segundo ela, eles teriam considerado sua presença na embaixada em Kiev como um obstáculo à campanha de reeleição de Donald Trump. Ela também disse que pessoas ligadas a esquemas de corrupção na Ucrânia podem ter se interessado por sua demissão.

Os campos republicanos e democratas do Parlamento estão se preparando para a audiência de Yovanovitch, que será a única testemunha ouvida nesta sexta-feira (15). Segundo vários jornais norte-americanos, os democratas esperam que ela traga informações de peso ao Congresso.

Os republicanos, por sua vez, sem dúvida insistirão que a diplomata não estava por dentro dos detalhes sobre a preparação de uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos e seu colega ucraniano, ou do possível congelamento da ajuda militar à Ucrânia que teria sido condicionada à abertura de uma investigação sobre Joe Biden e seu filho.

Os deputados conservadores também devem argumentar que a ex-embaixadora desconhecia a conversa telefônica entre Donald Trump e seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em 25 de julho, que causou a abertura do procedimento de impeachment. Marie Yovanovitch havia sido demitida dois meses antes.

Trump responde ao vivo ao ex-embaixador dos EUA na Ucrânia

Desta vez, ele decidiu assistir a audição ao vivo. Donald Trump responde em tempo real no Twitter, enquanto a ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia testemunha publicamente perante o Congresso. Este é o segundo dia de audiências públicas como parte do processo de impeachment de Donald Trump, iniciado pelos democratas. A intervenção do presidente no Twitter imediatamente provocou a reação indignada dos parlamentares.

Deve-se dizer que a intervenção é bastante surpreendente. Mesmo quando a ex-embaixadora na Ucrânia deu um testemunho muito forte sobre a forma como foi demitida, o presidente a atacou pessoalmente no Twitter: "Onde quer que Maria Yovanovitch fosse, as coisas davam errado", escreve Donald Trump antes de citar a Somália como exemplo.

O democrata Adam Schiff leu esta mensagem durante a audiência e perguntou à ex-embaixadora o que ela pensava. "É muito intimidador", disse Marie Yovanovitch. Ao que o chefe da comissão de inteligência que liderou o debate respondeu: "Saiba que aqui levamos a intimidação de testemunhas muito a sério".

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