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América Latina

Greve geral na Argentina tem alta adesão, mas não é total

As centrais sindicais argentinas fazem, nesta quarta-feira (29), a quinta greve geral. A paralisação tem forte componente político partidário para desgastar as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri em benefício do retorno da ex-presidente Cristina Kirchner.

Buenos Aires ganhou ares de cidade fantasma
Buenos Aires ganhou ares de cidade fantasma REUTERS/Agustin Marcarian
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Correspondente da RFI em Buenos Aires

A quinta greve geral contra a política econômica do governo Macri é um sucesso, mas não é total. O êxito está associado principalmente à falta de transporte público no país. Não há ônibus, metrô ou trem e quase todos os voos foram cancelados.

Organizações de esquerda também bloqueiam os acessos à capital argentina. Segundo a Confederação Geral dos Trabalhadores, a adesão à greve, neste momento, é alta.

O responsável pelos sindicatos de transportes, o caminhoneiro Hugo Moyano, disse que "nas primeiras horas, a paralisação nacional tem sido muito efetiva". Segundo ele, "a alta adesão reflete a rejeição do trabalhador à política econômica do governo. Espero que esta paralisação faça o presidente Macri refletir", disparou.

Mas a greve não é total. Comércios e shoppings estão abertos, assim como bares e restaurantes. Carros particulares e táxis circulam normalmente. Postos de gasolina acataram parcialmente à greve. Essas categorias estão ligadas a sindicatos que não fazem oposição partidária aberta ao governo Macri.

Os bancos não funcionam, mas os serviços online, sim. Algumas empresas como supermercados colocaram transporte particular para buscar e levar os seus funcionários. Sindicalistas fazem piquetes para impedir a entrada dos trabalhadores.

Mais de 880 milhões de perdas na economia

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, denunciou essas extorsões sindicais e disse que "os argentinos estão cansados de greves". O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, calculou em 40,5 bilhões de pesos (US$ 880 milhões) as perdas na economia devido à greve.

Mas o secretário-geral da Associação Bancária, Omar Palazzo, disse que "se o governo corrigisse a política econômica e aumentasse em 1% todos os salários, injetaria o dobro (80 bilhões de pesos) na economia". Segundo ele, ao longo do governo Macri, 14.440 pequenas e médias empresas fecharam, deixando 200 mil desempregados.

Mais do que a clássica reivindicação salarial, a greve é também político partidária: os líderes sindicais jogam abertamente a favor da oposição peronista ao governo nas próximas eleições de outubro e visam desgastar as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri.

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