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Argentina lidera esforços ibero-americanos para recompor acervo do Museu Nacional após incêndio

Reunião em Buenos Aires com representantes dos 22 países da comunidade ibero-americana decide ajuda para a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Assistência incluirá empréstimo de peças e fundo para socorro e proteção. Assunto será prioridade em reunião.

Museu Nacional do Rio em chamas. O incêndio destruiu parte importante do acervo da instituição.
Museu Nacional do Rio em chamas. O incêndio destruiu parte importante do acervo da instituição. REUTERS/Ricardo Moraes TPX IMAGES OF THE DAY
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A Argentina deu o pontapé para a criação de um grupo de trabalho que terá como objetivo avaliar as alternativas de assistência técnica e identificar objetos de coleções que estejam vinculados com a história brasileira e possam ser emprestados ao novo Museu Nacional do Rio de Janeiro. Além disso, a Secretaria-Geral Ibero-Americana dará apoio técnico e financeiro através do Ibermuseus, um programa de cooperação para "a promoção e articulação de políticas públicas" no âmbito dos museus.

A ativação dos mecanismos previstos no programa Ibermuseus foi uma iniciativa do governo argentino e acolhido pela Secretaria-Geral Ibero-americana. O programa Ibermuseus prevê um fundo, já posto à disposição, para assistência ao patrimônio de regiões em situações de catástrofes.

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, e o secretário de Cultura, Pablo Avelluto, lideraram uma reunião no Palácio San Martín, sede da Diplomacia argentina, com embaixadores dos 22 países ibero-americanos na Argentina. A presença dos embaixadores vincula-se com os laços culturais que a vizinhança tem com a história brasileira. Também participaram do encontro os representantes da Secretaria Geral Ibero-americana e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

"Estamos à disposição para ver de que maneira podemos coordenar e ajudar o Brasil a recuperar algo do que se perdeu", disse o ministro argentino, Jorge Faurie. "Todos ficamos impactados quando vimos as imagens do museu em chamas e com o que isso significa na vida cultural e institucional do Brasil e de toda a nossa região", lamentou.

"O espaço Ibero-americano é o mais propício para abordar este momento difícil porque nele estão expressos os nossos valores comuns e a nossa identidade compartilhada e porque contamos com um programa de salvaguarda de patrimônios", indicou o secretário Pablo Avelluto, que conversou na quarta-feira (5) com o ministro brasileiro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

A assistência técnica prevê a realização de inventários das peças que foram salvas das chamas e a reabilitação do material recuperado e do edifício do museu. A Argentina anuncia que vai identificar obras que possam ser emprestadas ao Brasil, mas, por lei, o país não pode doar peças. A iniciativa argentina também inclui a criação de uma rede de cooperação regional que faça um mapeamento de obras relacionadas com o Brasil.

O governo argentino anunciou ainda que dará máxima prioridade ao assunto na próxima reunião do Ibermuseus em outubro, na Argentina.

Além do governo argentino, França, Alemanha, e Portugal também ofereceram peças e assistência para o novo Museu Nacional do Rio de Janeiro.

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