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EUA/CIA

EUA: Apesar de ser acusada de tortura, Gina Haspel é nomeada diretora da CIA

O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (17) a nomeação de Gina Haspel como nova diretora da Agência Central de Inteligência (CIA). A escolha de seu nome suscitou críticas após a polêmica provocada por sua atuação na aplicação de métodos de tortura há uma década.

Especialista na Rússia, Gina Haspel é a primeira mulher a dirigir a CIA
Especialista na Rússia, Gina Haspel é a primeira mulher a dirigir a CIA REUTERS/Aaron P. Bernstein/File Photo
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Especialista em Rússia, Haspel, de 61 anos, se torna a primeira mulher a comandar a CIA, instituição para a qual trabalha há 33 anos. Ela ocupava interinamente o cargo desde que o diretor, Mike Pompeo, assumiu a função de secretário de Estado.

O processo nomeação de Haspel atraiu grande atenção pública em razão de suas ações no passado. Em 2002, quando dirigiu uma prisão secreta na Tailândia, Haspel aplicou técnicas de interrogatório brutais, consideradas como tortura pelo próprio Senado. Práticas como o “waterboarding" (simulação de afogamento), faziam parte dos dispositivos usados sob as ordens de Haspel. Três anos depois, ela teria tentado destruir os vídeos que atestam a existência desses interrogatórios, realizados durante o governo de George W. Bush

O senador republicano John McCain, que foi torturado durante a Guerra do Vietnã, pediu que o Senado votasse contra a nomeação. Mas os democratas apoiaram a candidatura.

O senador democrata Warner disse estar convencido de que Haspel "é alguém que se levantará e confrontará o presidente se ele ordenar que ela faça algo ilegal, ou imoral, como voltar a torturar". Já o senador conservador Burr afirma que a nova diretora da CIA "é a pessoa mais qualificada que o presidente poderia escolher para liderar a Agência, e a candidata mais bem preparada nos 70 anos da CIA".

Haspel não condena tortura de estrangeiros suspeitos

Durante o processo de escolha para o cargo, Haspel garantiu que a agência de Inteligência não retomará os programas de tortura de prisioneiros sob sua liderança. "Por ter servido neste período conturbado, posso oferecer meu compromisso pessoal, claro e sem reserva de que, sob a minha liderança na CIA, não será restabelecido tal programa de detenção e interrogatórios", garantiu. “Em retrospecto, está claro que a CIA não estava preparada para conduzir um programa de detenções e interrogatórios", acrescentou.

Apesar disso, ela se recusou a condenar o uso dessas técnicas de tortura contra cidadãos estrangeiros suspeitos de serem "combatentes" contra os Estados Unidos.

Oficialmente, o programa era definido como "interrogatório melhorado" e recebeu apoio do sistema judicial americano durante o governo de George W. Bush. Seus encarregados se negam, inclusive, a mencionar a palavra "tortura".

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