Procurador que acusou ex-presidente Kirchner foi assassinado, afirma juiz argentino
O procurador argentino Alberto Nisman, encontrado morto em janeiro de 2015, foi assassinado, concluiu um magistrado argentino nesta terça-feira (26). A morte de Nisman veio logo após ter acusado a ex-presidente Cristina Kirchner de tentar abafar o caso do atentado cometido em 1994 contra a associação judaica AMIA em Buenos Aires.
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“A morte de Nisman não pode ter sido um suicídio”, afirmou o juiz Julian Ercolini, após ter recolhido e analisado um número suficiente de provas que indicam o crime. A justiça provou que a bala veio de uma arma registrada no nome do técnico de informática Diego Lagomarsino, um colaborador próximo de Nisman.
Lagomarsino, que está sendo acusado de homicídio simples com agravante, admitiu que a arma era sua, mas alegou que Nisman a havia pedido emprestada um dia antes de seu falecimento. “Já esperava essa decisão da justiça, agora vamos recorrer”, disse à imprensa. Lagomarsino já vinha sendo processado por ter transferido a terceiros uma arma em seu nome.
Trama policial
Ercolini também acusou os quatro agentes de segurança que deviam ter protegido Nisman naquela noite por não cumprirem seus deveres. A polícia confirmou que o computador pessoal de Nisman, assim como seu telefone, foram roubados de seu apartamento.
No dia seguinte à sua morte, Nisman deveria depor no Congresso e explicar sua denúncia contra Kirchner e funcionários de seu governo. Cristina Kirchner, acusada de traição, foi questionada há algumas semanas e classificou de “disparate jurídico” a acusação.
O atentado de Buenos Aires matou 85 pessoas em 1994 e nunca foi reivindicado. As suspeitas apontam para o Irã e para seu aliado, o movimento xiita libanês Hezbollah.
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