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Argentina

Legislativas argentinas devem marcar retorno de Kirchner e força de Macri

Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para renovar um terço do Senado e metade da Câmara de Deputados. As legislativas de meio mandato devem reforçar a coalizão de centro-direita no Congresso e fortalecer o poder do presidente Mauricio Macri, facilitando a tramitação das reformas tributária e trabalhista. A ex-presidente Cristina Kirchner disputa uma vaga no Senado.

Eleitores argentinos em frente à Casa Rosada, sede do governo, em Buenos Aires.
Eleitores argentinos em frente à Casa Rosada, sede do governo, em Buenos Aires. REUTERS/Marcos Brindicci
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Pouco mais de 33 milhões de argentinos são convocados para eleger 127 deputados, 24 senadores, além de representantes municipais e provinciais em seis distritos.

A coalizão de centro-direita Cambiemos, no poder desde dezembro de 2015, não conta com maioria relativa (87 de 257 deputados, 15 de 72 no Senado), mas conseguiu governar mediante alianças pontuais. No pleito de hoje, os governistas esperam ampliar a vantagem para garantir o aprofundamento das reformas liberais do presidente Macri. Apesar da alta da inflação, a dinâmica econômica no país é positiva.

Kirchner, o retorno

A principal candidata da oposição é Cristina Kirchner (2007-2015), que concorre ao Senado pela Unidad Ciudadana, coligação peronista de centro-esquerda. Ela disputa um mandato na província estratégica de Buenos Aires, que concentra quase 40% dos eleitores.

Processada em vários casos de corrupção, a ex-presidente nega que sua candidatura ao Senado tenha como objetivo a imunidade parlamentar. Ela diz que seu objetivo é "colocar um freio" nas ações de Macri, em sua política de ajustes tarifários, no financiamento do déficit fiscal pela dívida e a flexibilização das leis trabalhistas.

Macri pediu ao país que "não retorne ao passado" de um "populismo que alterou a cabeça do povo". O primeiro ano do presidente foi marcado por uma grande queda de popularidade, de quase 30%. A economia recuou 2,3%. Mas a atividade econômica passou a crescer, a 1,6% no primeiro semestre. Os indicadores positivos ainda não alcançaram àqueles da primeira década do século, sob os governos kirchneristas, mas Macri diz confiar na reinserção do país no cenário mundial.

A ex-presidente foi acusada por supostos casos de corrupção, que ela nega e aponta "uma perseguição" para destruí-la. Macri também foi denunciado no escândalo de fraude fiscal e lavagem de dinheiro conhecido como "Panama Papers", mas a justiça rapidamente o absolveu.

O presidente argentino é apoiado pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por órgãos internacionais de crédito.

Morte suspeita de ativista insere elemento surpresa

A reta final da campanha foi tumultuada pela descoberta do corpo do ativista Santiago Maldonado, que estava desaparecido desde 1° de agosto, depois dele participar de uma manifestação sobre um conflito de terras reprimido pela polícia.

Um policial argentino confessou ter disparado contra um dos militantes que jogou pedras contra ele, mas a autópsia não detectou ferimentos no corpo do ativista. O corpo de Maldonado foi encontrado em um rio. A autópsia revelou que ele teria se afogado. Mas em um país marcado pela repressão da ditadura (1976-1983) e seus 30 mil desaparecidos, o desaparecimento do jovem provocou uma forte onda de indignação e pode influenciar o resultado das eleições deste domingo. Candidatos governistas e de oposição suspenderam a campanha nos últimos dias.

Com informações de agências internacionais

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