Escândalo sexual de produtor Weinstein chega à esfera política
O escândalo provocado pelas acusações de agressões sexuais contra o produtor de cinema Harvey Weinstein chegou ao âmbito político. O Partido Democrata é acusado de ter demorado para se distanciar de um de seus generosos doadores.
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Desde a semana passada, Harvey Weinstein, de 65 anos, é acusado de ter assediado sexualmente atrizes jovens, modelos e funcionárias desde os anos 1990.
Após vários dias de silêncio, Hillary Clinton disse, na terça-feira (10), que estava "chocada e horrorizada" com as revelações sobre Weinstein, enquanto Barack e Michelle Obama declararam estar "enojados".
"Hillary levou cinco minutos para acusar a NRA após o atentado cometido por um louco, mas cinco dias para denunciar, a contragosto, Harvey Weinstein pelas agressões sexuais", comentou Kellyanne Conway, assessora do presidente Donald Trump.
Contribuições milionárias
O Partido Republicano aproveitou a ocasião para acusar os democratas de hipocrisia. "É preciso passar da palavra à ação: devolvam todo o dinheiro sujo de Harvey Weinstein", afirmou o partido em um vídeo divulgado nesta quarta-feira.
Alguns senadores democratas entregaram as doações que receberam de Weinstein a organizações de caridade ou de defesa das mulheres. O Partido Democrata, que durante anos recebeu centenas de milhões de dólares do produtor, anunciou sua intenção de devolver parte do dinheiro.
Nas últimas duas décadas, o produtor doou pessoalmente US$ 1,4 milhão a candidatos, comissões democratas e ao próprio partido. Além disso, fez campanhas para arrecadar centenas de milhares de dólares para Barack Obama e Hillary Clinton.
Artistas famosas se manifestam
Atrizes famosas – entre elas Mira Sorvino, Rosana Arquette, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Emma de Caunes e Judith Godrèche – manifestaram publicamente, desde a semana passada, nos veículos The New York Times e The New Yorker que foram alvo de insistentes insinuações sexuais do produtor.
Nesta quarta-feira (11), a modelo e atriz Cara Delevingne acusou Weinstein de assediá-la e de tentar beijá-la após uma reunião sobre um filme. Três mulheres o acusaram de estupro: a estrela italiana Asia Argento, a atriz Lucia Evans e outra mulher que se manteve no anonimato. Por meio de um porta-voz, Harvey Weinstein afirmou que todas as relações sexuais que manteve foram consentidas.
O produtor foi despedido pelo diretório de sua empresa de produção, The Weinstein Company. Sua mulher, Georgina Chapman, anunciou a separação do casal.
Com informações da AFP
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