EUA expulsam 15 diplomatas cubanos em Washington
Os Estados Unidos expulsaram quinze diplomatas cubanos de Washington na terça-feira (3) depois de repatriar mais da metade de seus funcionários de Havana em reação aos misteriosos "ataques" que afetaram a saúde de 22 membros do corpo diplomático norte-americano no país.
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"Mantemos nossas relações diplomáticas com Havana", mas as "expulsões" foram decididas "devido à incapacidade de Cuba tomar medidas adequadas para proteger nossos diplomatas" e também "garantir a justiça" na presença diplomática dos dois países, disse o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, em um comunicado.
Um funcionário do Departamento de Estado informou que a embaixada de Cuba recebeu uma lista com os nomes dos 15 funcionários que deverão deixar o país num prazo de sete dias a contar de hoje. Esta iniciativa da administração Trump é um novo golpe à política de aproximação entre Washington e Havana, liderada pela administração anterior, conduzida por Barack Obama.
Segundo os Estados Unidos, os "ataques" ocorreram em residências diplomáticas e hotéis frequentados por cidadãos norte-americanos na capital cubana.
Histórico dos “ataques misteriosos”
Na sexta-feira, 29 de setembro, os Estados Unidos chamaram de volta mais da metade do seu corpo diplomático baseado em Havana. Segundo o departamento de Estado norte-americano, a medida foi provocada pelos misteriosos "ataques” sofridos por seu pessoal em Cuba.
Desde 2016 mais de vinte diplomatas norte-americanos baseados em Cuba têm sofrido diversos e misteriosos problemas de saúde, como dores de cabeça, vertigens, perda da audição e edemas cerebrais, sem que nenhuma explicação seja encontrada. Alguns dos diplomatas atingidos foram levados a Miami para receber tratamento hospitalar, enquanto outros foram visitados por médicos americanos que viajaram a Havana.
Baseado no testemunho de uma das vítimas, que teria ouvido um forte som em seu quarto de hotel antes de começar a passar mal, o FBI considerou a hipótese de uma arma sônica que estaria sendo usada contra os diplomatas. Mas o diagnóstico de edemas cerebrais contradiz a hipótese, uma vez que armas sônicas dificilmente poderiam ter provocado um tal dano.
O departamento de Estado, que qualificou os ataques de "sem precedentes", advertiu o governo cubano na ocasião de que ele é responsável pela segurança dos diplomatas que trabalham na ilha, embora não tenha especificado quem está por trás dos ataques.
Estados Unidos e Cuba retomaram suas relações diplomáticas em 2015 após meio século de ruptura, mas a aproximação sofreu um retrocesso com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, partidário de uma linha mais dura com o governo da ilha.
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